Vingadores: Ultimato – Um clímax de respeito para o MCU

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Vingadores: Ultimato é tudo aquilo que o fã sempre sonhou, fechando um ciclo magnífico, lucrativo e impressionante.


Assim que começou seu universo compartilhado com o lançamento de Homem de Ferro, a Marvel já usou a cena pós-créditos para fazer uma promessa histórica: reunir seus heróis de maneira inédita, surpreendente e e grandiosa em um futuro filme dos Vingadores. O esperado momento chegou em 2012 e garantiu seu lugar na cultura pop, conquistando público, crítica e uma continuação bastante problemática. No entanto, apesar do “fracasso” de Era de Ultron, as peças se juntaram na pavimentação de um caminho que nos levou até o primeiro – e impactante – duelo de verdade contra Thanos. As perdas foram grandes e agora Vingadores Ultimato encerra uma era para as adaptações de quadrinhos com uma carta de amor honesta, divertida, emocionante e MUITO impactante.

O filme, por sinal, começa logo depois do estalo que marcou seu antecessor, acompanhando a busca dos heróis remanescentes por uma forma de derrotar Thanos e… E todo o resto é um segredo que merece ser mantido, visto que a jornada depende bastante das viradas surpreendentes, aparições inesperadas e momentos que extraem emoções mais do que verdadeiras do público. Emoções essas que vão das risadas até as lágrimas, passando pelo êxtase em estado puro, em um estalar de dedos.

Trocadilhos à parte, o que posso garantir logo de cara é que os trailers esconderam o filme com maestria e não vai ser o meu texto que vai ter a audácia de mudar isso. É claro que fugir de qualquer spoiler torna a missão de escrever algo muito mais difícil, mas não impossível. Afinal de contas, podemos falar, por exemplo, de como Vingadores: Ultimato certamente assume o posto de maior desafio de todo o Universo Marvel.

É um verdadeiro tour de force que precisa lidar com muito mais do que a culminação gigantesca de personagens, tramas, subtramas, sentimentos e ideias. É um filme que, acima de qualquer produção anterior, tem como grande missão oferecer um senso de conclusão à altura de uma preparação inédita na história da cultura pop.

 

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Uma tarefa muito complicada que, para a surpresa de um total de zero pessoas, não parece afetar o trabalho de Christopher Markus e Stephen McFeely (Capitão América: O Soldado Invernal). Mais uma vez, eles entendem a dificuldade do que precisa ser feito, abraçam a responsabilidade e entregam uma aula de construção narrativa que cresce exponencialmente até atingir o ápice dentro do ápice.

Não vou negar que o longa demora um pouco mais do que o esperado para engrenar, porém vale avisar que cada movimento estabelecido nos primeiros minutos se torna combustível para algo maior no decorrer do longa. Principalmente aqueles momentos cuja função dentro da trama é quebrar a expectativa do público ao ponto de nos igualar aos personagens em termos de confusão.

Naturalmente, os heróis que sobreviveram ao estalo estão completamente perdidos e precisam, antes de mais nada, reencontrar suas essências e objetivos. O público também é forçado a passar por um processo similar de deslocamento, enquanto o texto cumpre à risca o papel de um primeiro ato: organizar as peças de um tabuleiro que foi parcialmente destruído.

Na verdade, é só depois de tudo isso que Vingadores: Ultimato, seguindo o conceito dos três atos de forma quase literal, pode entrar com segurança nas homenagens ao universo compartilhado, nos inúmeros fan services e no clímax propriamente dito. É esse caminho de desordem e nostalgia que relembra tudo que o estúdio ofereceu nessas últimas décadas para dar peso e consistência a um terceiro ato gigantesco, intenso e cercado por consequências dignas de um fim.


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E já vou avisar, sem meias palavras, que a dupla de escritores percorre toda essa trilha sem abrir mão da tão assustadora fórmula Marvel. Isso não significa que o roteiro de Vingadores: Ultimato precise ficar preso a ela como acontece com a origem amarrada de Capitã Marvel, mas garante que o resultado possa ser identificado como fruto da Casa das Ideias desde o primeiro minutos que já transitam com habilidade entre o drama do estalo e a comédia que, inevitavelmente, surge a partir das interações entre os heróis. Assim como aconteceu em Guerra Infinita, Markus e McFeely encontram o equilíbrio perfeito entre gêneros, estilos e tons para que todos tenham seus momentos sem sofrer com qualquer tipo de descaracterização.

Também podemos falar, sem spoilers, que essa estrutura narrativa tão harmônica e balanceada quanto a Terra utópica de Thanos é o que prepara o terreno para os Irmãos Russo executarem seus trabalhos com a mesma precisão dos longas anteriores. E, por mais que seja difícil fugir de tudo o que foi estabelecido anteriormente em relação a enquadramentos e efeitos visuais, a câmera fluída e realista dos dois encontra novamente seu lugar na exploração da cooperatividade entre os personagens, na revisitação de eventos marcantes e nas cenas de ação que atingem um nível de grandiosidade que talvez seja inédito.

É incrível como eles entendem o potencial icônico do que tem em mãos e sabem exatamente o que faz um fã vibrar, acertando até mesmo quando o trabalho é apenas escolher os takes que merecem ser reutilizados.

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No entanto, isso só acontece porque Joe e Anthony Russo são mais do que diretores talentosos. Eles são organizadores que sabem exatamente o que precisa ser feito para dar vida a um roteiro tão intricado e cheio de detalhes, colocando cada peça no lugar exato dentro e fora das telas. É essa habilidade que permite que o ritmo do filme cresça exponencialmente sem nenhuma amarra, que todos os personagens tenham seu devido espaço e que cada surpresa ganhe a tela com vivacidade. Tudo cercado por essa escala mundial que, no final das contas, escancara a importância da logística para que um projeto dessa magnitude saia do papel sem perdas consideráveis.

Um fator que, por motivos óbvios, é influenciado pela quantidade de personagens importantes em tela ao mesmo tempo. Por mais que o desaparecimento de metade dos heróis facilite um pouquinho o trabalho quando o assunto é dar mais espaço para personagens como a Viúva Negra, o Gavião Arqueiro e o Homem Formiga, a já citada necessidade de concluir certos arcos adiciona novos níveis de dificuldade à narrativa.

É nesse ponto que a sintonia perfeita entre direção e roteiro também mostra seu valor, dividindo o grupo de maneira assertiva, delegando a cada um momentos pontuais que satisfaçam o público e selecionando – com a devida justiça – Homem de Ferro, Capitão América e Thor como os verdadeiros protagonistas da saga que eles mesmo começaram.

 

No entanto, existe um fator que, mesmo passando despercebido em produções do tamanho de Ultimato, colabora bastante com esse trabalho de logística que parece ser inerente a narrativa: a qualidade do elenco. Nesse caso, fica claro que Robert Downey Jr., Chris Evans e Chris Hemsworth (cada vez mais equilibrado entre a comédia e o drama) estão no topo da cadeia alimentar de Vingadores: Ultimato, mas o talento dos outros membros é tão grande que eles precisam de poucas cenas para arrancar gargalhadas, fazer o espectador mais próximo chorar e brilhar com a força de um protagonista.

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E, considerando que quase todo o casting se encaixaria nesse parâmetro, vale destacar somente alguns exemplos mais descarados. Paul Rudd e Bradley Cooper funcionam muito bem como alívios cômicos, enquanto cumprem as funções narrativas mais diversas possíveis. Brie Larson rouba os holofotes mesmo com as aparições esporádicas da Capitã. Mark Ruffalo aproveita seu grande tempo de tela para encontrar a faceta mais completa e interessante do Hulk; e a já clássica dupla formada por Scarlett Johansson e Jeremy Renner carrega uma carga emocional que injeta força e importância nas tramas desses personagens que sempre sofreram com a falta de poderes no meio de gigantes. E por aí vai…

O resultado desse caos muito bem organizado é um longa sincero e poderoso que encerra a Saga do Infinito, carregando os sentimentos do espectador numa verdadeira montanha-russa que não para por quase três horas. É uma carta de amor aos super-heróis da Marvel que entrega muito mais do que prometeu, surpreende em inúmeros momentos que não merecem ser contados, emociona das maneiras mais complexas possíveis e conclui a viagem com um terceiro ato que talvez nunca seja igualado em termos de grandiosidade, catarse e sequências que fazem os fãs vibrarem.

Eu sei que é difícil demonstrar isso com um texto propositalmente evasivo, mas pode acreditar: fuja dos spoilers, prepare seu coração e embarque numa das viagens mais incríveis que o cinema blockbuster já ofereceu. Isso é Vingadores: Ultimato!


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