Bonito, mas desnecessário
Hollywood está em uma fase de remakes, muitos deles extremamente bem-sucedidos nas críticas e nas bilheterias, como Jurassic World e Mad Max. Um filme dos anos 90 com um roteiro radical ao extremo seria mais um sucesso óbvio, certo? Errado.
Utilizando como base o filme de Kathryn Bigelow lançado em 1991, em “Caçadores de Emoção – Além do Limite” o agente do FBI Johnny Utah (Luke Bracey) tenta solucionar uma série de crimes que envolveram esportes radicais. O envolvimento pessoal que se estabelece entre Utah e o líder do grupo investigado, Bodhi (Edgar Ramírez), passa a ser a principal trama do longa. Utah encara o clássico conflito de escolha de lados em uma batalha.
O filme de fato teria potencial para ser algo maior, mas infelizmente o ponto positivo se resume à qualidade visual do mesmo. Com a ajuda de CGI ou não, o que vemos é um espetáculo do nosso planeta, imagens que mostram que não é preciso mostrar galáxias distantes ou mundos imaginários para obter resultados deslumbrantes. Mas é só isso.
O roteiro é fraco, o que piora com a direção de qualidade insuficiente para o projeto. Praticamente todas as cenas com maior carga emocional são neutralizadas com cenas seguintes quase que destoantes. Os protagonistas são atores no mínimo medianos, mas Utah não convence; não consegue transmitir todo o conflito que seu personagem enfrenta. Edgar Ramírez trabalha melhor com seu personagem, fazendo com que ele seja um apaixonado pelo radical no limite da insanidade, mas somente no limite mesmo.
A proposta de filme radical é falha e é possível perceber que certas partes se arrastam demais, o que o torna cansativo apesar da ação. Caçadores de Emoção funciona melhor como um documentário sobre a natureza, principalmente com a filosofia existente no mesmo. Certamente precisamos pensar no que estamos fazendo com nosso planeta, e o que estamos deixando para as próximas gerações, mas esse apelo seria muito mais efetivo com um filme que fosse mais que apenas imagens bonitas.