Os Fantasmas Ainda se Divertem – Crítica | O Tim Burton se diverte

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Foto: Divulgação Warner Bros. Pictures

Tim Burton é um diretor que reúne uma enorme legião de fãs, conquistada com seu estilo gótico, personagens depressivos e criações “bizarrinhas”. Apesar da sua imensa popularidade, os últimos filmes de Burton enfrentaram recepções que variaram ente mistas e mornas. Agora o diretor retorna com uma sequência do queridinho Beetlejuice de 1988, Os Fantasmas Ainda se Divertem fez sua estreia no Festival Internacional de Cinema de Veneza no dia 28 de agosto, e a equipe da A Odisseia já conferiu.

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Foto: Divulgação Warner Bros. Pictures

Qual a trama de Beetlejuice Beetlejuice?

Após uma tragédia, três gerações de mulheres da família Deetz se reúnem na antiga mansão de Winter Rivers, onde também reencontrarão Beetlejuice. Mais uma vez Lydia precisará encontrar uma forma de escapar do fantasma, que insiste em atormentá-la, ao mesmo tempo em que tenta se reconciliar com sua rebelde filha adolescente, Astrid.

O que achamos do filme?

Em Os Fantasmas Ainda se Divertem, Burton se encontra livre de quaisquer amarras que pareciam freá-lo nos últimos anos, o diretor encontrou nessa sequência a oportunidade perfeita de se soltar em um mundo que combina suas tradicionais características gótico românticas com várias autorreferências, que são sabiamente utilizadas para engrandecer o filme ao invés de escondê-lo atrás delas.

Algumas mais discretas e outras nem tanto, elas provavelmente colocarão um sorriso no rosto dos fãs que acompanham o cinema de Burton, sem diminuir em nada a experiência de quem não as notar, já que entram em momentos oportunos e não chamam mais atenção para si do que deveriam, porque, repito, essa não é a principal qualidade da obra, que consegue ser engraçada e charmosa por diversos outros motivos.

As piadas são muito bem inseridas e provocaram bons risos na sessão em que eu estava. A ambiência de Os Fantasmas Ainda Se Divertem remete a tudo aquilo que gostávamos nos clássicos de Tim Burton, que extrai humor desse cenário lúdico e sem sentido, onde sua imaginação flui deliciosamente livre para criar cenas engraçadas e visualmente belíssimas – destaque absoluto para a introdução da personagem de Monica Bellucci que certamente estará na minha lista de melhores cenas do ano.

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Foto: Divulgação Warner Bros. Pictures

Lúdico, cafona e exagerado, o diretor propositalmente não se leva a sério, porém tampouco se utiliza disso como desculpa para disfarçar mediocridade, pelo contrário, é justamente o zelo investido na “galhofice” que faz com que o humor do filme funcione tão bem. Afinal, não se levar a sério nunca foi sinônimo de descuido, mas sim de conseguir se divertir consigo mesmo, enquanto também diverte seu público.

E é por isso que nas poucas passagens em que o filme diminui esse tom espalhafatoso para focar em dramas familiares, reconciliações e pedidos de desculpas, ele acaba perdendo um pouco de seu brilho, mas nada que comprometa a qualidade como um todo.

O puro “suco” de Tim Burton, Os Fantasmas Ainda se Divertem – Beetlejuice Beetlejuice, é tudo aquilo que se espera de uma boa sequência, com doses certeiras de respeito e tributo ao anterior, sem negligenciar a nova história que está sendo contada. Ainda que não seja perfeito, nem reinvente a roda, a obra reflete todo o carisma excêntrico de seu realizador e isso é o suficiente.


Filme visto no 81º Festival Internacional de Cinema de Veneza que acontece entre os dias 28 de agosto a 7 de setembro de 2024

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