Com ação falha, Gerard Butler estrela mais um filme com um olhar americano preconceituoso sob um país do Oriente Médio em “Missão de Sobrevivência”
O ator Gerard Butler tem se tornado mestre em filmes de ação com orçamentos médios, sempre exaltando o patriotismo americano, seja contra terroristas que querem matar o presidente, a fúria do planeta Terra, ou como nesse caso, uma saída do Afeganistão.
Aqui, em Missão de Sobrevivência, o ator se une ao diretor Ric Roman Waugh, de outros filmes protagonizado por ele como “Invasão ao Serviço Secreto” e “Destruição Final: O Último Refúgio”, desta vez trazendo uma história baseada em fatos.
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Qual a trama de Missão de Sobrevivência?
Um agente disfarçado da CIA chamado Tom Harris (Butler), que está designado para o Oriente Médio, é encontrado quando um vazamento da inteligência expõe perigosamente sua missão secreta e revela sua identidade.
Preso no coração de um território hostil, Harris e seu tradutor Mo (Navid Negahban), devem lutar para sair do deserto e chegar a um ponto de extração em Kandahar, no Afeganistão, enquanto escapam das forças especiais de elite que os caçam.
O que achamos do filme?
Missão de Sobrevivência começa exaltando um realismo exagerado aos fatos, e faz isso de forma tão morna que a ação demora mais de 40 minutos para de fato acontecer. A tentativa de causar tensão política é falha, mas quando o filme se promove a ir para o campo da ficção e do fantasioso, tem os seus melhores momentos.
Basicamente todas as cenas de ação, perseguição e explosão que acontecem a luz do dia são empolgantes, já a noite busca-se um conceito de novidade ao utilizar a luz noturna, mas as sequências acabam sendo confusas e difíceis de entender.
A todo momento o longa de Ric Roman tenta justificar as ações e trabalhar as motivações de seus personagens, em um falso sentimento de empatia. Isso acaba deixando o filme inchado, e com pouco menos de 120 minutos, a tensão dá lugar ao marasmo.
O suspense acaba virando uma obra puramente patriota, onde cada personagem joga uma frase de efeito, quase que olhando diretamente para a câmera.
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Em entrevista, o verdadeiro Tom Harris disse que gostaria de fazer um filme que respeitasse o Afeganistão e seu povo, mas o que vemos é mais um longa com um olhar americano recheado de preconceito.
Mesmo sutil, Missão de Sobrevivência critica os costumes, fala que o país é atrasado em termos de tecnologia, e ainda joga para o público o destino de alguns de seus personagens, por não ter coragem de dar um fim a eles.
Mesmo acertando na criação de um senso de urgência constante e na dinâmica entre Tom e Mo, Gerard Butler estrela mais um filme medíocre, que conta com caçadores de recompensa indo atrás dele, e me fez lembrar imediatamente do filme com Jennifer Aniston (que é muito melhor por sinal).