Clube da Luta – Chuck Palahniuk: Crítica

Clube da Luta

“A propaganda faz essas pessoas irem atrás de carros e roupas que elas não precisam. Gerações tem trabalhado em empregos que odeiam para comprar coisas de que realmente não precisam.”

O livro mais inteligente, sarcástico e subversivo que você vai ler na sua vida. Essa é uma boa maneira de falar sobre o livro que deu origem ao brilhante filme de David Fincher. Uma leitura rápida, intensa e, em alguns momentos, engraçadas. Pena que o livro seja tão pequeno.

A história do livro segue o personagem sem nome que narra o livro. Um sujeito que não dorme, não gosta do seu trabalho e vive entediado. Tudo muda quando ele conhece Marla Singer e Tyler Durden, dois personagens que vão mudar sua vida de maneira insana. No final das contas, a história do filme é quase idêntica a do livro, tendo inclusive muitas falas parafraseadas. Todas as ideias de Chuck são transmitidas no filme, mesmo que em momentos diferentes da narrativa.

A escrita “underground” de Palahniuk é impressionante. Um livro rico em detalhes (alguns jornalistas ainda perguntam onde fica o clube da luta que inspirou Palahniuk) , com personagens incríveis e alguns momentos pirados. Em “Clube da Luta”, Chuck Palahniuk dá uma aula de como usar de maneira brilhante a metáfora, a ironia e, principalmente, o sarcasmo. A escrita não-linear do autor também surpreende. Dentro de um capítulo, ele consegue falar sobre passado, presente e futuro ou sobre o trabalho, a casa e o clube da luta. Tudo sem nenhuma separação ou explicação mastigada.

Clube da Luta

O filme mudou algumas passagens do livro que podem ser consideradas inadaptáveis. Uma delas é o final. O final do livro é daqueles que te deixa pensando como aquilo aconteceu (e nesse caso, eu não estou me referindo a reviravolta final que foi bem adaptada). O final do filme é mais simples e conclusivo.

Um livro que não vendeu muito até o filme ficar famoso. Um livro cult e pesado, recheado de sarcasmo, critica social e idéias anarquistas. Um livro que a crítica especializada achou violento, absurdo, transgressor e perturbador (e o livro é tudo isso). É uma daquelas leituras boas, mas que duram pouco. É uma daquelas leituras que deveriam ser obrigatórias.

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