- Título: Floresta é o Nome do Mundo
- Autora: Ursula K. Le Guin
- Ano: 1972
- Edição: 2020
- Editora: Morro Branco
- Páginas: 158
- Gênero: Ficção Científica
Sobre o livro Floresta é o Nome do Mundo
Vencedor do prêmio Hugo Award, Floresta é o Nome do Mundo foi escrito por uma das autoras mais respeitadas do gênero: Ursula K. Le Guin. Já postei aqui resenhas de outros livros da autora, Os Despossuídos e A Curva do Sonho.
Enquanto o primeiro faz uma crítica política e social, o segundo explora bastante a ideia dos sonhos. Floresta é o Nome do Mundo não sai da linha da autora, e faz aqui uma crítica ambiental e social, além da ideia de sonhar ser ainda mais explorada.
São 158 páginas, um livro pequeno, porém com uma história bem contada, de forma triste e por vezes poética, de um povo alienígena que é colonizado e explorados por humanos que chegaram em naves e invadiram seu planeta, Athshe, os escravizaram, estupraram suas mulheres e destruíram sua Floresta.
A analogia ao processo de colonialismo e imperialismo europeu não precisa nem ser explicada no contexto de Floresta é o Nome do Mundo.
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Porque aquele mundo, Novo Taiti, era totalmente feito para homens. Organizando e limpando, derrubando as florestas sombrias para a plantação de grãos, eliminando a escuridão, a selvageria e a ignorância primitivas, aquilo seria um paraíso, um verdadeiro Éden.
O que achamos de Floresta é o Nome do Mundo?
Floresta é o Nome do Mundo é escrito em terceira pessoa, e os capítulos variam entre o ponto de vista dos personagens. São 3: um humano explorador, um cientista humano, e um dos nativos — Selver, que inicia uma revolta contra os humanos, passando a organizar o seu povo, os athsheanos.
Eles são criaturas de pouco mais de um metro, com os corpos cobertos por pelos verdes. Para eles as palavras têm sempre dois sentidos, e uma das coisas mais importantes que fazem é sonhar.
Se os youmanos são homens, são homens que não sabem ou não foram ensinados a sonhar e agir como homens.
O jogo de palavras que Le Guin faz no livro é mostrado aos poucos, e no início é até meio difícil de entender os athsheanos. Floresta é o Nome do Mundo é uma escrita cheia de sutilezas, onde vamos devagar e por meio dessas subjetividades da linguagem nativa, entendendo um pouco mais desse povo, e ao mesmo tempo sentindo uma grande vergonha por pertencer a espécie que os está explorando e matando.
E é sempre o Homem que vence. O velho Conquistador.
Floresta é o Nome do Mundo vale a pena?
A autora é sucinta em relação a descrição de cenários, não gasta tempo com informações extras, e se preocupa mais em mostrar as diferenças entre a ganância e arrogância do ser humano conquistador, e dos nativos athsheanos, cujas vidas foram transformadas para sempre por causa da colonização.
Floresta é o Nome do Mundo é uma ficção científica bastante sensível, com alguns gatilhos, mas uma leitura muito boa de fazer.
A edição da Editora Morro Branco de Floresta é o Nome do Mundo está linda. Não só as cores da capa, com verniz aplicado em alguns pontos, como o projeto gráfico está maravilhoso por dentro também.
O papel em gramatura 90g ajuda as pessoas doidas por marcações como eu, então a tinta do marca-texto não vaza pro outro lado, e sendo um livro da Le Guin eu já esperava que o marca-texto ia ter trabalho.
Floresta é o Nome do Mundo é um livro lindo de ver e de ler, e se você se interessou pode adquirir a edição física ou e-book aqui.