Mostrando que a linha tênue entre o sagrado e o profano é muito tênue, “A Freira 2” afirma que o diabo também é onipresente
Arrecando 365 milhões de dólares no primeiro filme e se tornando a maior bilheteria de todo o universo “Invocação do Mal”, era inegável que A Freira ganharia uma continuação, e ela chegou em forma de aposta. Afinal, já é sabido que a franquia principal chegará ao fim em seu 4º filme. Sendo assim, a Warner e a produtora de James Wan – a Atomic Monster – já buscam um substituto a altura (se não em qualidade, pelo menos em dinheiro).
A útima cena da nona empreitada deste vasto universo, parece indicar que teremos vida longa para a saga da irmã Irene, já que estamos diante de um filme pipoca com ares de blockbuster – não apenas pelo investimento apresentado – mas por seguir os passos de um terror que pode dar muito dinheiro aos cofres da produtora.
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Qual a trama de A Freira 2?
Nesta continuação, na França de 1956, um padre é assassinado e o mal está se espalhando por toda a região. Acompanhamos a Irmã Irene (Taissa Farmiga) quando, mais uma vez, ela fica cara a cara com uma força demoníaca.
O que achamos do filme?
Estamos diante da mesmíssima história apresentada no primeiro filme. Valak (Bonnie Aarons) retorna, e a irmã Irene precisa tomar posse de um artefato sagrado, e derrotar o poderoso demônio. É como se A Freira 2 desse o pontapé incial para que os filmes protagonizadas pela famosa figura sejam uma espécie de “Indiana Jones do terror”, mudando de mcguffin a cada produção.
Na parte técnica e recriação de época a obra continua exemplar, seja no figurino, na ambientação, e na presença de cenários grandiosos, e esse cuidado se reflete no bom uso do CGI e da maquiagem. Uma pena que a primeira hora dos 110 minutos do terror sejam maçantes e enrolados. Não existe unidade aqui, e parece que estamos diante de esquetes de horror onde uma cena assustadora tenta superar a outra.
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Algumas sequencias funcionam (como a das revistas que está no trailer e na imagem acima), mas outras gastam demais a presença onipresente de Valak, com o longa tendo outro monstro que dá muito mais medo. Se um filme chamado A Freira tem outra figura mais aterrorizante que ela, temos um problema.
Na segunda parte, A Freira 2 melhora ao não se levar a sério e unir as suas subtramas, entregando uma sequência final competente, com direito ao clichê da parte investigativa e tudo. As discussões entre sagrado, profano, e o poder da fé até se saem bem, mas acabam se perdendo em uma reviravolta desnecessária.