Com 3 indicações importantes ao Oscar 2023, Triângulo da Tristeza faz crítica social nada sutil aos poderosos
Os poucos e controversos filmes de Ruben Östlund não são tão aclamados por parte da cinefilia. Isso porque o diretor sempre gosta de tirar sarro com a elite de uma maneira excêntrica e foge da sutileza, na maioria das vezes sendo óbvio ao extremo.
Então se você não curtiu os longas anteriores do diretor, muito dificilmente Triângulo da Tristeza vai te agradar, pois o cineasta segue a mesma linha de sempre, dividindo seu longa em três histórias, que são praticamente três filmes distintos.
Qual a trama de Triângulo da Tristeza?
Em Triângulo da Tristeza, , acompanhamos o casal de modelos Carl (Harris Dickinson) e Yaya (Charlbi Dean), que são convidados para um cruzeiro de luxo com uma lista de passageiros super-ricos e um capitão peculiar, alcoólatra e marxista, interpretado por Woody Harrelson.
O que a princípio parecia uma viagem perfeita termina catastroficamente, deixando os sobreviventes presos em uma ilha deserta e lutando pela sobrevivência.
O que achamos do filme?
Östlund começa nos introduzindo ao mundo de excentricidade, em uma sequência de cenas que causam riso involuntário e apresentam a superficialidade do mundo da moda. O que se segue são diálogos e discussões que beiram o ridículo (no bom sentido da palavra).
Conversas como “quem paga a conta“, são pontapés iniciais para metáforas sobre relacionamentos, ciúmes, responsabilidade afetiva e tudo que envolve a relação entre seres humanos.
Quando parte para o iate, Triângulo da Tristeza encontra seus momentos mais divertidos. Debates entre um americano socialista e um russo capitalista são a cereja de um bolo escatológico, onde a nojeira reina, e os mais fracos podem até chegar a vomitar no cinema.
O senso de justiça social da elite tem momentos de brilhantismo, e a interação dos personagens vai pouco além do status e dinheiro que ganham.
Infelizmente o filme perde qualidade quando vai para o seu terceiro e último capítulo. “A Ilha” tem um texto mais literal e didático, ganhando força no poder de uma personagem interessante, fazendo-nos lamentar a demora de sua apresentação.
O final abrupto e meio “aberto”, e a extensão desnecessária do último ato talvez não agrade a maioria, o que parece não importar muito para Robert Östlund e seus filmes repletos de crítica social foda, escritos pelo Quebrando o Tabu.
Nota: 7