The Brutalist – Crítica | O pesadelo americano

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Ao lado de um elenco superestrelado – Adrien Brody, Felicity Jones, Guy Pearce, Joe Alwyn e Emma Laird – o diretor Brady Corbet estreou seu novo longa, The Brutalist, no Festival de Veneza de 2024. Após uma recepção calorosa, o filme já é um dos favoritos ao prêmio do Leão de Ouro.

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Qual a trama de “The Brutalist”?

O visionário arquiteto, László Tóth, e sua mulher fogem da Europa para escapar do nazismo em direção aos Estados Unidos, com o sonho de reconstruir suas vidas, no local cheio de promessas de possibilidade. Até serem abalados pela chegada de um cliente milionário que lhe oferece sua amizade e uma proposta sedutora de trabalho.

O que achamos do filme?

The Brutalist é um drama épico sobre um imigrante judeu tentando se estabelecer nos EUA e gradualmente percebendo que as oportunidades seriam limitadas para uma pessoa como ele e que, apesar de menos explícito, seu novo país também nutria um desdém por ele e não o trataria de igual para igual.

Então quando surge a convite para chefiar um ambicioso projeto artístico que lhe trará reconhecimento, ele estará disposto a dar tudo de si para entregar uma obra prima de proporções magnânimas, inclusive abrindo mão de seu generoso salário para fazer valer sua visão de como deveria ser a versão final do prédio.

Conforme o decorrer da narrativa, o personagem principal vai perdendo seu ar sonhador a cada novo golpe sofrido, e o tom do filme acompanha seu estado de espírito, tornando-se pouco a pouco mais sombrio, até chegar no ápice da desilusão durante terço final.

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Assim como seu protagonista, o diretor também não abre mão de sua visão artística e constrói uma grandiosa obra, cheia de subtramas que revelam nuances sobre a persona de Tóth e sua jornada. Posicionando todas as peças na mesa para que se encaixem ao final formando a figura completa. Com um filme de quase 4 horas, o realizador tem tempo e tranquilidade para abordar tudo aquilo que se propõe e costura os acontecimentos de forma que nada fique jogado. Não é fácil dar conta de tudo que o projeto tenta abraçar, mas Corbet tem êxito.

The Brutalist é um acontecimento audiovisual com excelência em tudo que se propõe, desde fotografia, som, design de produção e edição até as atuações poderosas tanto nos momentos mais brutais, quanto na sutileza dos detalhes. Brody é um veterano de longa data que já provou merecer seu lugar na indústria e uma vez mais ele nos brinda com uma performance avassaladora, porém é Pearce quem rouba a cena, com a construção de um personagem difícil, que poderia facilmente ter sido caricato, não fosse sua abordagem.

A palavra “pretensioso” é comumente – e na maioria das vezes, equivocadamente – usada para falar de cinema com uma conotação negativa, todavia no caso de The Brutalist é possível dizer que estamos diante de um filme positivamente pretencioso, cujo resultado faz jus a sua pretensão.


Filme visto no 81º Festival Internacional de Cinema de Veneza que acontece entre os dias 28 de agosto a 7 de setembro de 2024

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