Histórias de sobrevivência em um mundo pós-apocalíptico não são novidade no cinema e já foram exploradas sob diversas óticas: desastres naturais, zumbis, vírus, tecnologia/inteligência artificial… O subgênero se destaca por reimaginar a vida em sociedade sem suas leis, instituições e comodidades.
Em Sobreviventes: Depois do Terremoto, filme sul-coreano que chega aos cinemas brasileiros, o diretor Um Tae-hwa coloca um grupo de moradores para tentar sobreviver em um mundo que foi quase completamente destruído por terremotos. Essas pessoas precisarão enfrentar dilemas morais, além de procurar formas para lidar com a escassez de recursos, enquanto tentam levar a vida com algum resquício de normalidade.
Confira também: Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo – Crítica | O primeiro filme de terror de 2023
Qual a trama de “Sobreviventes: Depois do Terremoto”?
O filme se inicia com um mundo cada vez mais obcecado por viver em altos prédios, que se apresentam como a solução mais viável para abrigar a população que cresce todos os dias. Quando um terremoto os atinge com força total, esses edifícios desmoronam, com exceção de um, que por algum motivo, permanece em pé e intacto.
Isso faz com que sobreviventes desesperados busquem refúgio ali, o que preocupa os residentes locais, ao perceberem que não darão conta de acolher todos os “forasteiros”, sem colocarem sua própria segurança em risco.
A partir dai surge o primeiro dilema moral: devem eles arriscarem seu bem-estar para tentar ajudar o máximo de pessoas possíveis ou expulsam os intrusos, condenando-os a morrer de frio fora do condomínio?
O que achamos do filme?
Sobreviventes: Depois do Terremoto é uma mistura de thriller com ficção científica e se desenvolve basicamente em torno desses questionamentos filosóficos e morais, desafiando os moradores e os espectadores a se perguntarem até onde vai o instinto de sobrevivência de cada um e qual preço estão dispostos a pagar por isso. Além disso, ainda lida com questões quanto a racionamento de comida e água, enquanto questiona conceitos sobre meritocracia.
O grande diferencial dessa obra em relação à seus semelhantes é que os sobreviventes não sobreviveram por serem os mais fortes, mais ágeis, mais inteligentes, mais habilidosos e nem mesmo os mais ricos, eles foram apenas os mais sortudos de estarem no único prédio que não caiu. O filme também não os trata como se fossem escolhidos de Deus ou mais merecedores do que os demais. Não há, a princípio, nada que os destaque.
Confira também: Mergulho Noturno ou A Piscina Assassina: O Filme – Crítica
Fora disso, a proposta não tem nada de particularmente original e quem já assistiu vários filmes desse estilo não vai encontrar nada de muito novo aqui. Não obstante, a forma como a narrativa é conduzida é interessante o suficiente para prender a atenção do espectador por mais de duas horas que passam com bastante tranquilidade. Os primeiros minutos são os mais conturbados e a montagem é um pouco apressada, no entanto, assim que as premissas são assentadas, o desenrolar da trama flui bem, sem muitos altos e baixos.
O trio de protagonista, formado por uma bondosa enfermeira, seu marido e um homem que se apresenta como líder do grupo, é bastante carismático e suas lutas internas geram empatia naqueles que estiverem dispostos a olhar para além das noções pré-concebidas de bem e mal.
Em suma, trata-se de um filme que não se destaca tanto dos demais, justamente por não trazer nada de muito novo para consideração, até mesmo as tentativas de reviravolta não são eficazes, já que tudo é bastante previsível. Ainda assim, consegue se manter dentro da média e se apresenta como uma boa opção de divertimento despretensioso para o fim de semana.
Sobreviventes: Depois do Terremoto está em cartaz nos cinemas
Siga A Odisseia no Instagram, Twitter e Google News, para ficar por dentro de todas as notícias sobre filmes, séries, televisão e teatro.
