Pânico 6 – Crítica | A boa e velha vingança

Se assumindo como uma franquia, “Pânico 6” subverte e abraça clichês para falar sobre a cultura do serial killer e da banalização da violência


Quando Rennie, protagonista de Sexta-feira 13 – Parte 8: Jason Ataca Nova York, entra em um restaurante pedindo ajuda por estar sendo perseguida por um maníaco, a garçonete responde com toda gentileza e convicção possíveis: “bem-vinda a Nova York”.

A frase traduz o sentimento ao assistir Pânico 6 e a verdadeira inércia e sensação de atordoamento ao viver em Nova York (ou qualquer cidade grande) e não ficar tão incomodado assim com a violência diária. Isso se reflete no filme e no envolvimento dos personagens, como também dos assassinos com suas vítimas.

É a era da exaltação da figura do serial killer (que às vezes tem fã clube e ganha até fantasia de Halloween), misturada com a violência exacerbada, algo que o novo filme da franquia faz com louvor.

pânico 6
Foto: Divulgação Paramount Pictures

Mas, afinal, qual a trama de Pânico 6?

Sam (Melissa Barrera), Tara (Jenna Ortega), Chad (Mason Gooding) e Mindy (Jasmin Savoy-Martin), os quatro sobreviventes do massacre realizado pelo Ghostface, decidem deixar Woodsboro para trás em busca de um novo começo em uma cidade diferente.

Mas não demora muito para eles se tornarem alvo de um novo serial killer mascarado, afinal, Nova York, novas regras.


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O que achamos do filme?

Se Pânico 5 (ou apenas Pânico, 2022) tem como referência o primeiro Pânico de 1996, Pânico 6 emula Pânico 2 ao falar sobre as sequências de requels (a mistura de continuação com reboot), dessa vez se assumindo como uma franquia.

A metalinguagem segue presente já na ótima cena de abertura, que subverte muitos dos clichês da própria saga. Ao mesmo tempo, o filme de Matt Bellinelli-Olpin e Tyler Gillett não economiza na contagem dos corpos e no gore, sendo criativo na maioria dos assassinatos de Ghostface, até mesmo na forma com que a faca gira nos intestinos.

Foto: Reprodução Paramount Pictures

O principal ponto é o fortalecimento do vínculo entre Sam e Tara, irmãs outrora afastadas, que tiveram que se unir pelas circunstâncias no longa anterior, e agora querem fortalecer esse laço. Uni-se a isso uma espécie de justiça social da internet, que sempre ressalta que toda história tem dois lados e quer culpar a vítima.

A tecnologia segue importante para ditar os rumos da franquia, e então, ao assumir que faz parte de uma, Pânico 6 nos lembra que o quarteto principal pode fazer parte de algo maior, mesmo que protagonistas e até personagens legado fiquem pelo caminho.

Mindy segue sendo a mente pensante, a figura de Randy renascida, enquanto Chad ganha sensibilidade e parece ser o coração do grupo com ares de Dewey. O retorno de Gale Wathers (Courteney Cox) é bem justificado e rende momentos angustiantes, enquanto a volta de Hayden Panettiere como Kirby Reed está mais para o fã service.

Mesmo eficiente, Pânico 6 ri pouco de si mesmo. Uma das principais características dos filmes é a comédia, e aqui, mais sério, o filme tem uma primeira hora frenética onde é impossível respirar. A cena do metrô (divulgada no primeiro teaser) é repleta de tensão, e o ato final apoteótico traz surpresas, por mais que a boa e velha vingança seja o motivador daquele prato cheio que se come frio.


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Foto: Divulgação Paramount Pictures

Seria hipocrisia dizer que a desconfiança em Pânico 6 não era genuína, devido a ausência de Sidney Prescott (Neve Campbell), já que estamos diante do primeiro filme da franquia sem sua grande estrela. Mas a história é tão envolvente e dinâmica que não nos permite sentir saudade, e se resolve numa linha de diálogo que pretende esquecer o passado e acenar para o futuro, que promete filmes maiores e melhores.

Nota: 8


Ps: O filme tem uma cena pós-créditos.


Pânico 6 está em cartaz nos cinemas!

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