Ancorado em boas atuações e na manutenção da tensão, “A Filha do Rei do Pântano” lembra os tempos áureos de Super Cine
O cinema, ou mais precisamente este que vos fala, sente saudade daqueles filmes de suspense clássicos que passavam mais precisamente no SuperCine, na minha época exibidos antes do Altas Horas na Rede Globo.
Esse ano tivemos “Sede Assassina”, um filme que tem essa pegada característica tão latente, e agora temos A Filha do Rei do Pântano, outro longa distribuido pela Diamond Films aqui no Brasil, que constrói uma narrativa envolvente e disposta a entregar respostas satisfatórias.
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Qual o enredo de A Filha do Rei do Pântano?
No filme, Helena (Daisy Ridley) leva uma vida aparentemente comum ao lado de seu marido e filha, mas esconde um segredo sombrio: seu pai (Ben Mendelsohn) é conhecido como “Rei do Pântano”, o homem que manteve Helena e sua mãe em cativeiro em uma cabana no pântano por 12 anos, e acaba de escapar da prisão.
A FILHA DO REI DO PÂNTANO é baseado no best-seller homônimo de Karen Dionne.
O que achamos do filme?
Neil Burger (“Divergente”) não permite se envolver em mistérios, e nos minutos iniciais de seu filme já deixa claro as intenções de seus personagens. Para isso, contrói um ambiente de desconfiança constante, não apenas na relação de pai e filha, mas na ausência da civilização, na formação da paranoia de sua protagonista e na forma como lida com seus traumas crescentes.
Sempre à espreita, o senso de perseguição parece dominá-la, e Burger usa um câmera inquieta e cheia de closes evidenciando uma explosão que parece chegar a qualquer momento. Esse passado que ameaça querer ficar, se entrelhaça com a visão de infância de vários acontecimentos de outrora, indo ao encontro de certo cinismo nos diálogos repletos de veneno.
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Aos poucos, A Filha do Rei do Pântano se torna o “exército de uma mulher só”, indo do drama ao filme de caçada mortal, auxiliado pelas competentes transições e boa trilha sonora. O excesso de flashbacks e transições pode tirar o espectador da ação recorrente e quebrar o clima estabelecido, mas logo a produção volta aos eixos, entregando uma tensão crescente até o recompensador minuto final.