A Sociedade da Neve é uma das versões mais espetaculares da tragédia que ocorreu em 1972 nas Cordilheiras dos Andes.
O filme segue os passos do grupo de sobreviventes que tiveram que usar sua o que podiam para sobreviver seguir em frente.
Um avião sobrevoava os Andes nevados na fronteira entre Chile e Argentina, no conhecido Glaciar de las Lágrimas, que acabou se tornando cenário de esperança e sobrevivência. O voo charter 571 da Força Aérea Uruguaia se chocou contra as encostas geladas de uma perigosa cordilheira repleta de colinas rochosas. O evento ocorrido em 1972 tem sido inspiração para importantes cineastas que desejaram prestar sua homenagem ao grupo de vítimas e sobreviventes.
A sétima arte tem sido espelho de grandes histórias de sobrevivência, desde “O Regresso“, que retrata a luta de um lenhador gravemente ferido por um urso; “O Impossível”, do próprio Bayona, que relata a desesperação de uma família arrastada por um tsunami em uma viagem à Tailândia, até o inferno do protagonista de “127 Horas“, um alpinista que ficou preso nas profundezas dos cânions de Utah, nos Estados Unidos.
Mas poucas histórias de sobrevivência são tão impactantes e geladas quanto a retratada por J. A. Bayona em seu novo filme “A Sociedade da Neve”, uma tragédia transformada em lenda que acaba de receber uma indicação no Globo de Ouro e ressoa com força para o Oscar 2024.
O milagre dos Andes visto em A Sociedade da Neve
O filme de Bayona é um dos mais ambiciosos da temporada e estreia na Netflix. O filme, baseado no livro homônimo de Pablo Vierci, é inspirado em uma história real que já deixou sua marca nos espectadores quando “Vivos” chegou às suas vidas. “A Sociedade da Neve” é um relato arrepiante sobre o acidente aéreo da equipe de rúgbi uruguaia que se chocou nos Andes.
Seu único desejo era chegar a tempo para um jogo que seria disputado em Santiago, no Chile, contra o Old Boys Club. No entanto, suas vidas foram interrompidas por um incidente jamais imaginado. No avião, viajavam 45 passageiros, incluindo a tripulação, os jogadores e alguns familiares e amigos.
29 pessoas perderam a vida naquelas montanhas geladas, ao se chocarem contra uma parede de concreto e neve e se arrastarem por metros a fio nas alturas das cordilheiras. A todo foram 16 sobreviventes que precisavam enfrentar temperaturas extremas, duas perigosas avalanches e uma fome que não demorou a chegar sob um manto infinito de neve, com os cadáveres de seus companheiros espalhados pela montanha e os destroços de um avião fraturado.
A força ia se desgastando rapidamente e o corpo parecia esgotar seu último recurso. Ao perceberem que ninguém viria resgatá-los, os sobreviventes não tiveram outra opção senão se alimentar dos falecidos amigos para manter a pouca energia que lhes restava. O canibalismo foi a única salvação.
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Após 72 dias com a morte à espreita, o inferno parecia chegar ao fim quando decidiram subir a montanha em busca de ajuda. O resgate foi possível graças a um arrieiro chileno que estendeu a mão e os tirou daquele abismo interminável e gelado. “A Sociedade da Neve” é uma história que explora com honestidade e emoção os limites da humanidade. Os espectadores testemunham um milagre que comoveu o mundo e não deve ser esquecido.
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