Blonde, o mais novo filme sobre Marilyn Monroe, pode parecer obviamente baseado em uma história real. Mas não é tão simples assim.
Blonde, novo filme da Netflix, estreou no Festival de Veneza de 2022, nós estávamos por lá e percebemos críticas mistas pela maneira como o longa retrata a vida de Marilyn Monroe.
O filme segue a vida de uma pessoa real, Marilyn Monroe, desde sua infância conturbada até sua vida adulta ainda mais agitada. Portanto, seria claro esperar que o filme fosse baseado em fatos reais.
No entanto, Blonde, protagonizado por Ana de Armas no papel principal, tem uma abordagem um pouco diferente da vida real.
Como assim? Vamos explicar.
Blonde é baseado em uma história real?
Mais ou menos.
Blonde é baseado, claro, em uma pessoa real, e cobre muitos eventos que aconteceram com Marilyn Monroe, mas a forma como o filme os retrata não é da maneira típica de uma cinebiografia, como sugerido pelo trailer.
O filme é na verdade baseado no livro homônimo de 2000, da aclamada autora Joyce Carol Oats, que reimagina a vida da estrela trazendo elementos surreais. O livro distorce a imagem de Monroe de uma maneira um pouco semelhante à que a mídia da época fez, e ainda faz.
A própria autora afirmou que o livro de 700 páginas é uma obra de ficção que visa reorganizar a vida da atriz.
O livro usa Monroe como um símbolo da América, abordando temas como feminismo, religião, política e cultura de celebridades. Ele faz isso estruturando o romance em três versões dela, a trágica Norma Jeanne Baker, a explorada Marylin Monroe e a mulher loira pura.
Partes de sua vida real são deixadas de fora, figuras românticas permanecem evasivas e tudo nunca é exatamente o que parece.
A adaptação cinematográfica está em andamento desde 2014 mas não dê play não vá em Blonde esperando uma descrição clara da verdade por trás da vida de Marilyn Monroe. Em vez disso, prepare-se para vê-la mitificada na morte como ela era em vida.
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Quais as diferenças entre o filme Blonde e a história verdadeira da atriz?
Muitos dos detalhes do romance e do filme da Netflix são reais. Monroe, que nasceu como Norma Jeane, realmente passou parte de sua infância em Los Angeles com sua mãe, que mais tarde foi diagnosticada com esquizofrenia paranoica.
Norma se tornou arrumou um emprego depois que sua mãe sofreu um colapso mental e foi mandada para um hospital psiquiátrico, onde passaria o resto de sua vida, mais ou menos afastada de sua filha.
E, é claro, ela era casada com o jogador de beisebol Joe DiMaggio, estrela do New York Yankee, e com o aclamado dramaturgo Arthur Miller. Embora nenhum deles seja referido pelo nome verdadeiro no livro, o filme da Netflix optou por usar nomes reais.
Muitas das imagens e roupas que Marilyn usa no filme são baseadas em fotos reais e famosas da atriz, que Dominik se esforçou muito para recriar em tela, incluindo filmar essas cenas em preto e branco ou em cor, dependendo da aparência da fotografia original.
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“Você está lidando com imagens familiares, literalmente fotografias que você já viu antes, mas está mudando o significado dessas imagens de acordo com o que ela sente”, disse Dominik ao Decider.
Uma foto como ela e DiMaggio na janela, que consideramos uma imagem romântica, torna-se, do ponto de vista dela, uma imagem em que sua sensibilidade está sendo apagada por ele.”
Dito isto, muitos dos detalhes são imaginados em Blonde. A cena em que a mãe de Norma Jeane tenta afogar a filha na banheira, por exemplo, vem apenas da noção de que sua mãe na vida real teve um “colapso”.
A ideia de que Marilyn Monroe teve um relacionamento triplo ou poliamoroso com Charles “Cass” Chaplin Jr. e Edward G. Robinson Jr. também do livro, é quase inteiramente imaginada.
As coisas nunca foram discutidas em público na época, então é impossível verificar os fatos.
