Os filmes de super-heróis foram vistos como uma oportunidade para cineastas independentes avançarem na carreira: dirigir um filme de sucesso poderia ajudar a fazer um nome na indústria. Esses filmes substituíram os sucessos de bilheteria mais ambiciosos que costumavam testar jovens talentos, permitindo que eles continuassem a trabalhar e amadurecessem em suas carreiras.
No entanto, essa promessa não se concretizou. A enorme escala desses projetos fez com que fossem rigidamente controlados, e os diretores contratados não tiveram mais liberdade do que teriam na televisão, sem chance de fazer algo mais pessoal. Essa falsa esperança foi alimentada pelo sucesso de Christopher Nolan, que, após triunfar no cinema de super-heróis, conseguiu se destacar com filmes como ‘Interestelar’.
Atravessando o universo
Interestelar é um dos melhores filmes de sua filmografia e da ficção científica do século XXI. Uma obra-prima avassaladora estrelada por Matthew McConaughey, Anne Hathaway e Jessica Chastain, que pode ser assistir streaming via Max.
Num futuro distópico, o planeta aproxima-se da destruição devido a pragas globais e constantes tempestades de areia. Não há mais perspectivas de progresso, os estudantes são encorajados a procurar empregos “úteis” como agricultores, em vez de pensarem em serem engenheiros ou cientistas. Um mundo deprimente para o agricultor e ex-piloto Joseph Cooper, que cuida de sua família neste cenário. Mas um dia ele observará fenômenos estranhos que o levarão a uma instalação secreta da NASA, onde um plano de assassinato está sendo orquestrado. exploração espacial que pode salvar a humanidade.
Nolan logo aponta um fenômeno interessante na ficção científica da última década, que deu luz verde a mais propostas de exploração espacial. Alguns com álibi de realismo, algo que também tentou ser vendido em ‘Interestelar’, mas Nolan Não há como não se deixar levar pela fantasia e pela imaginação transbordante. como uma entre centenas de metros. E ele faz isso porque funciona.
‘Interestelar’: um Nolan humano
Aqui ele cresce definitivamente para se tornar um dos autores mais interessantes e de maior projeção deste século. Ele faz isso mais tentando resolver uma crítica recorrente em seu trabalho anterior, que foi a tendência intelectual e sem emoção do seu cinema. Aqui ele tenta trazer à tona seu Steven Spielberg interior para fazer uma emocionante história de esperança e conexão humana que, mesmo que exagere, é genuína e devastadora.
Tudo isto aliado a um dos seus melhores trabalhos visuais, tendo como pilar a impressionante fotografia de Hoyte van Hoytema, e a uma das suas mais completas experiências sonoras com uma das suas melhores associações com Hans Zimmer. Suas quase três horas acabam fluindo mais que o esperado, sendo uma de suas melhores aulas de ritmo. Um incrível ponto de viragem em direção ao que é a etapa mais interessante de sua filmografia.
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