The Last of Us: Fungo da série e dos games existe na vida real!

O fungo Cordyceps, que vemos em The Last of Us, existe na vida real e pode causar danos graves. Veja mais detalhes. 


Um fungo que se move lentamente pelo corpo com o objetivo de dominar o cérebro é algo que você provavelmente só vai ver em videogame, mas essa história vai muito além do mundo virtual e cinematográfico.

A Cordyceps Brain Infection (CBI) ultrapassa o mundo de The Last of Us, como o fungo que inspirou o jogo e de fato existe na vida real e pode ser realmente perigoso para a vida humana, mas em uma escala diferente do que vemos na adaptação.

O Fungo que vemos em The Last Of Us realmente existe. Ele é perigoso?
Foto: Divulgação HBO

O fungo de The Last of Us existe realmente

Na vida real, Cordyceps é um gênero de fungo que contém centenas de espécies. Os fungos não são capazes de infectar os seres humanos, mas podem causar severos danos aos insetos.

Na China, uma variedade chamada Ophiocordyceps sinensis, ou fungo de lagarta, infecta o corpo da larva da mariposa, podendo assumir o controle do inseto em alguns casos. Mas a versão do cordyceps com a qual a maioria das pessoas ouviu falar é a que infecta especificamente formigas carpinteiras.

Nas formigas carpinteiras, o fungo serpenteia pelo corpo, assumindo o controle de seus músculos. Então, pouco antes de morrer, a formiga deixa a colônia ao pôr do sol, encontra uma folha ou galho pendurado no alto e o agarra com suas mandíbulas. Ali, a formiga fica pendurada imóvel até morrer e o fungo emite esporos que chovem sobre vítimas inocentes. Esse processo lhe rendeu o apelido de “fungo zumbi”.

Em The Last of Us a ideia do fungo foi influenciado por esse movimento real e compartilha o nome do gênero.


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Fungo foi estudado para a franquia

David Hughes, professor de entomFologia e biologia na Faculdade de Ciências Agrícolas da Penn State, foi consultor dos desenvolvedores do jogo no primeiro game de The Last of Us. Hughes estuda o fungo cordyceps.

“Os desenvolvedores realmente fizeram um trabalho fenomenal”, disse o professor ao site Inverse.

Com o tempo, os dramas da série, tanto na TV, quanto no mundo virtual, acabam deixando de lado a ideia biológica para focar nos problemas sociais que um apocalipse pode causar.

Contudo, ao longo do progresso da campanha, aprendemos muito mais sobre como o Ophiocordyceps unilateralis pode ser fatal, e sabemos, por exemplo, que o cordyceps não tem como alvo o cérebro da formiga para transformá-la em um zumbi. Na verdade, ele preserva o cérebro enquanto causa estragos em todos os outros lugares do corpo do inseto.

Uma formiga zumbi com um esporo de fungo saindo de seu corpo. Foto: Divulgação

O fungo controla a mente

No jogo, o fungo cordyceps passa por quatro estágios. Ele lentamente tira a pessoa infectada de pensamento racional, visão, rosto e, finalmente, sua humanidade. No jogo, todo esse processo ocorre dentro do cérebro e se expande para fora.

Na vida real, a pesquisa de Hughes em 2017 demonstrou que o fungo para de se desenvolver antes do cérebro.

Em vez disso, ele se liga ao corpo como um esporo e abre um túnel do lado de fora do corpo da formiga para o interior num espaço de 24 horas.

Uma vez infectado, o fungo desenvolve uma rede complexa de transmissão. No auge da infecção, Hughes diz que cerca de 40 a 50% do corpo da formiga é composto por fungos em seu interior.

Esse ambiente é altamente tóxico porque as células se rompem à medida que o fungo se move pela formiga, diz Hughes. No entanto, o cérebro permanece intacto, mesmo que o fungo possa causar danos se assim o desejar.

“Esta é uma decisão ativa da colônia fúngica, à medida que cresce e se replica dentro do corpo”, diz ele.

“O que pensamos que está acontecendo no cérebro é extremamente importante para a manipulação do comportamento, para que ele possa literalmente levar a formiga para fora do ninho para ir onde deseja ir”, completa.


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Estágio final da infecção: Foto: Divulgação

O estágio mais grave

Durante o estágio final da infecção pelo fungo, que ocorre cerca de três semanas depois, a formiga fica pendurada em uma folha enquanto os esporos caem de seu corpo. Não é muito diferente da infecção cerebral por Cordyceps em The Last of Us no estágio em que o corpo é coberto por placas de fungos e o corpo desenvolve projeções semelhantes a caules.

Em um estudo de 2019, os cientistas realizaram uma análise de formigas infectadas com o fungo e apresentaram duas explicações para o momento da morte.

Em primeiro lugar, eles descobriram que o fungo aglomera densamente as células musculares, o que significa que elas podem estar excretando algum tipo de molécula que faz com que esses músculos se contraiam. Isso poderia produzir aquele movimento final de mastigação que sinaliza o fim da vida da formiga.

Mas eles também descobriram que o fungo preservou especificamente as junções neuromusculares – locais onde as células musculares e os neurônios motores do cérebro se juntam para trocar informações. Isso sugere que o fungo pode fazer com que o cérebro envie o sinal final de mordida para os músculos da mandíbula.

Talvez o fungo cordyceps não controle o cérebro na vida real da mesma forma que o CBI fictício que vemos na série da HBO, mas, no fundo, ambos são exemplos de zumbificação bem assustadores.

Na ficção ou na realidade, isso é um pouco desesperador. 

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