Em “Suzume”, Makoto Shinkai traz mais um romance juvenil recheado de metáforas sobre a vida e as relações
O visual e as histórias de Makoto Shinkai logo depois de seu grande sucesso “Your Name“, tem causado controvérsia na cinefilia. Isso porque, acusam o diretor de estar fazendo sempre o mesmo filme, seja na questão estética ou narrativa.
É inegável afirmar que os filmes do diretor se parecem, mas seria hipocrisia dizer que “Suzume” não nos deixa com um sorriso no rosto. O poder que que o cineasta tem de emocionar sua audiência com histórias mirabolantes para dar lições simples de vida, continua ali.
Qual a história de Suzume?
Acompanhamos Suzume, uma garota japonesa de 17 anos, que conhece um jovem rapaz chamado Souta, procurando por uma “porta”. Os dois viajam juntos e a encontram dentro de algumas ruínas numa montanha e cercada por água em seu redor, como se tivesse ocorrido algum desastre e ela fora o único objeto restante.
Suzume a abre e então, as “Portas do Desastre” começam a se revelar ao redor do Japão, uma após a outra, trazendo outras ameaças intermináveis.
O que achamos do filme?
É atrativa a forma como Makoto Shinkai usa a curiosidade dos seus personagens para contar uma história essencialmente lúdica. O destino mais uma vez parece conectar duas pessoas diferentes, mas que possuem uma missão em comum. Esteticamente, mesmo parecido com seus longas anteriores, Suzume tem um visual mais “sujo”, unido a trilha sonora sempre presente, exaltando as expressões de seus personagens.
Essa veia surrealista ajuda no humor certeiro da produção, que em nenhum momento parece exagerado. O senso de urgência traz doses de tensão necessárias, e por mais que a ameaça soe repetitiva às vezes, Shinkai sempre muda uma coisinha ou outra, revelando uma mensagem de valorização do passado e das memórias.
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A dinâmica entre Suzume e Souta é singela, sincera, bonita, e ganha espaço suficiente para ser desenvolvida, assim como os coadjuvantes que surgem no caminho da protagonista, sempre deixando marcas em sua vida e arrancando momentos engraçados.
Esse road movie repleto de laços familiares prefere acreditar no lado humano das pessoas, longe do cinismo e da maldade. Assim, importando muito mais a jornada e os amigos que fizemos pelo caminho, do que necessariamente o fim.
Suzume está em cartaz nos cinemas brasileiros