Com a eterna discussão entre “salvar o mundo ou salvar uma pessoa”, Shazam 2 prioriza o intimismo
Com uma boa introdução, Shazam 2 permanece com o ar sombrio que David F. Sandberg (diretor que veio do terror com seus “Quando as Luzes se Apagam” e “Annabelle 2“) implementou no primeiro filme. Aqui, a referência clara são os filmes de zumbi, utilizando dos elementos dessas produções para apresentar as antagonistas da trama.
Mas, mesmo com um começo mais sério, o que se segue é a comédia besteirol nonsense presente no ótimo primeiro filme, com piadas de duplo sentido e muitos conflitos familiares. Mas, será que funcionou?
Qual a trama de Shazam 2?
Shazam! Fúria dos Deuses é a sequência do primeiro filme do herói que apresenta as aventuras do adolescente orfão Billy Batson (Asher Angel). Basta gritar uma palavra – SHAZAM! – para que o jovem se transforme no super-herói adulto Shazam (Zachary Levi), dom que recebeu de um antigo mago. Um menino dentro de um corpo de herói, Shazam se diverte com seus superpoderes e começa a testar os limites de suas habilidades, mesmo que precise dominar estes poderes rapidamente para lutar contra as forçasse do mal.
Nessa nova aventura, agraciado com os poderes dos deuses, Billy Batson e seus companheiros ainda estão aprendendo a conciliar a vida adolescente com os alter egos de super-heróis adultos. Quando um trio vingativo de deusas antigas, as Filhas de Atlas, chegam à Terra em busca da magia roubada deles há muito tempo, Shazam e seus aliados são lançados em uma batalha por seus superpoderes, suas vidas e o destino do mundo.
O que achamos do filme?
Shazam 2 segue a fórmula do primeiro filme, dessa vez continuando a dinâmica familiar, tentando concilia-la com a jornada dos heróis, com Billy querendo ser o líder ouvido do bando, e tentando entender que cada membro da família é um indivíduo com seus próprios gostos e vontades.
Paralelo a isso está o drama familiar das Filhas de Atlas, com cada uma tento sua personalidade e função, apresentando química imediata, muito por conta das atrizes incríveis que as interpretam. Hellen Mirren, Lucy Liu e a novata Rachel Zegler, entregam carisma e cinismo as suas personagens.
A relação das filhas de Atlas com a família Shazam é cercada de rivalidade, e o ritmo inicial estranho do longa, só engata quando as motivações são apresentadas. A partir daí, todos os tipos de piadas são feitas, desde as mais inocentes até às mais focadas no público adulto.
O humor de Shazam 2 segue sendo seu principal trunfo, rendendo risadas genuínas, e compensando a ação fraca e coreografias pouco inspiradas. O CGI é excelente, com Sandberg trazendo novas criaturas a mitologia, sendo uma deles uma reimaginação de uma figura fofa que conhecemos.
O discurso sobre a importância da família torna o filme mais intimista e fechado em si mesmo, estilo Homem-Aranha salvando a vizinhança, ou os Power Rangers salvando a Alameda dos Anjos. Aliás, Lucy Liu encarna uma espécie de Rita Repulsa montada em seu dragão.
Esses fatores tornam Shazam 2 minimamente divertido e agradável, mesmo que esteja abaixo do primeiro filme, mas tendo mais coração e maturidade que seu antecessor.
Ps: O filme tem 2 cenas pós-créditos.
Nota: 7