Sem surpresas, “O Amor Mandou Mensagem”, segue a mesma fórmula dos romances tragicômicos
A experiência de lidar com a perda de alguém é um processo de sofrimento natural e que envolve tempo até que possamos enxergar cores na vida novamente. Este é o momento de luto pelo qual Mira Ray está passando após dois anos da morte do seu namorado. Contudo, pressionada pelo trabalho, a ilustradora de livros infantis, precisa encontrar um novo sentido na vida para poder seguir adiante.
A saída que ela encontra em busca de conforto, é enviar mensagens para o número antigo do seu namorado, sem saber que ele já havia sido transferido para outra pessoa.
Qual a história de O Amor Mandou Mensagem?
Rob Burns, um rapaz que se tornou um cético do amor após levar um pé na bunda de sua noiva, passa a receber as mensagens de Mira no seu telefone comercial e logo desenvolve um interesse por ela. Designado a escrever um mega artigo sobre Celine Dion (vivendo ela mesma), o crítico musical chama a atenção da estrela pela descrença em suas letras românticas.
Mas logo eles se tornam confidentes e a cantora passa a aconselhá-lo a ir atrás de Mira e viver essa história.
O que achamos do filme?
Daí em diante você pode esperar todos os clichês possíveis. O encontro, o conflito que precisa ser superado, felizes para sempre e casacos com neve. Todos esses ingredientes estão presentes na receita de O Amor Mandou Mensagem, filme baseado no livro SMS para você de Sofia Cramer.
O longa conta com o carisma dos coadjuvantes e a inegável química dos protagonistas interpretados por Priyanka Chopra Jonas e Sam Heughan, fora a essência única de Dion que preenche a tela.
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Em dado momento, a popstar que além de atuar também produz o filme, se funde à trama quando entrelaça sua história pessoal à da protagonista compartilhando a perda de seu marido, o empresário e músico René Angelil, que morreu em 2016. É um momento mais imersivo, quando a realidade se mistura com a ficção.
E embora tudo pareça perfeito para um climinha de romance, a produção sofre com o mesmo problema que a grande maioria das produções do gênero: a previsibilidade. O filme demora a desenrolar para o ato seguinte e os diálogos passam a se tornar repetitivos, algumas cenas perdem seu ápice por serem prolixas demais.
A tentativa de quebra de expectativa do espectador não vem como uma surpresa, mas como um desapontamento. E tudo isso traz a sensação de que o filme é mais longo do que precisava, pois é inevitável a impressão de que o tempo não está passando.
Talvez “O amor mandou mensagem“ funcione mais como algo para ver de forma despretensiosa na televisão do que de forma intencional no cinema. Ele funciona muito bem se o seu intuito for ver qualquer filme só para passar a tarde. É leve e tem bons momentos, mas que definitivamente não compensa a locomoção.