Cercado de sensibilidade, “Nosso Sonho” trata Claudinho e Buchecha como os artistas natos que foram e são
O cinema brasileiro é um dos que mais produzem cinebiografias de artistas musicais para o mundo. Quem não se lembra de “Dois Filhos de Francisco”, “Elis”, “Cazuza – O Tempo Não Para”, “Tim Maia”, enfim, produções que bem ou mal ganharam as telonas e conquistaram corações.
Não sei diferente com “Nosso Sonho”, a cinebiografia de “Claudinho e Buchecha”, dupla de maior sucesso do funk melody nacional de todos os tempos e ícone máximo do gênero na música brasileira.
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Qual a trama de Nosso Sonho?
A história de uma amizade que se transforma em força de superação e conquista. Um filme que mostra como o ritmo e a poesia da periferia conquistaram o Brasil. Uma história real repleta de fantasia. Um musical, emocionante e divertido, feito de drama e tragédias, mas também de humor, surpresas e redenção.
O que achamos do filme?
Visto pelo ponto de vista de Buchecha, o filme de Eduardo Albergaria (Happy Hour) poderia muito bem cair na autopromoção do artista, mas segue um caminho completamente diferente ao exaltar a figura de Claudinho, sendo a base de fé da dupla. Apelidado de “anjo da guarda” pelo próprio companheiro, a sensibilidade com que as cenas de ambos são filmadas, com Claudinho iluminando a vida de Buchecha quando está perto dele, rendem momentos preciosos.
As atuações e a química entre Juan Paiva e Lucas Penteado preenchem e quase escapam da tela. Dá vontade de abraçar ambos e dizer que tudo vai ficar bem, pelo menos por um instante. Nesse sentido, Nosso Sonho não apela para a emoção barata, mas une uma cinebiografia convencional com um filme mais íntimo, desde os shows, até as saídas criativas que denotam os limites orçamentários da produção.
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Tudo parece pequeno, mas a delicadeza com que as coisas são colocadas, desde a entrada natural de músicas da carreira da dupla, até a importância dos pais de Buchecha Dona Etelma e Souza, respectivamente interpretados por Tatiana Tiburcio e Nando Cunha. O humor também se dá de maneira orgânica, principalmente na figura de Claudinho, e une-se a certa poesia nas cenas em que Buchecha está compondo os sons que marcaram uma geração.
No fim, a mensagem que fica é: artista não tem patrão. E não tem mesmo!