Gran Turismo: De Jogador a Corredor – Crítica | Estilização vazia

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Foto: Divulgação Sony Pictures

Esses fatores tornam a experiência de Gran Turismo na sala de cinema uma das mais exaustivas em 2023…


Texto escrito por Deivid R.Purificação do Pinguim Dançarino

O ano de 2023 tem se mostrado muito frutífero para o blockbuster hollywoodiano, não só pela qualidade dos filmes, mas também pela diversidade estética. Se de um lado temos filmes que constroem o sucesso por caminhos mais rotineiros em superproduções, como a ação mais sóbria de Missão Impossível, do outro vemos longas que fazem isso a partir da estilização (Aranhaverso, Barbie). No meio disso, com o lançamento de Gran Turismo – De Jogador a Corredor surge a pergunta: qual desses dois tipos ele vai ser?

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Foto: Divulgação Sony Pictures

Qual a trama de Gran Turismo: De Jogador a Corredor?

As habilidades impressionantes de jogo de Jann Mardenborough (Archie Madekwe), um jogador adolescente de PlayStation, acostumado a jogar Gran Turismo no videogame, o levam a viver uma verdadeira fantasia improvável, quando ele começa a vencer uma série de competições da Nissan para se tornar um verdadeiro piloto de corrida profissional.

Correndo atrás da realização de seus desejos, o jovem desafiará o impossível, encontrando a motivação necessária em um grupo que também acredita no seu potencial.

O que achamos do filme?

Surpreendentemente, Gran Turismo encontra um caminho bem intermediário entre as duas estéticas que dominaram o cenário de Hollywood em 2023. A direção de Neill Blomkamp (Distrito 9, Elysium) transita da linguagem mais crua de explorar os espaços fechados com a câmera trêmula, característica marcante de seus trabalhos anteriores, e ostentar ângulos vistosos e movimento de câmera em cenários abertos com letreiros digitais em cima dos carros indicando a posição deles na corrida. Algo que visualmente lembra muito o trabalho de estilização que Edgar Wright fez com onomatopeias em Scott Pilgrim.

Por mais elogiosos que as comparações acima possam parecer, não devem ser lidas como tal, já que o longa executa esses elementos de maneira vazia. A estilização dos letreiros está lá com a função literária de descrever o que você já sabe vendo os veículos (e nos lembrar que esse é um filme baseado em uma franquia de jogos) e nada além disso. O uso mais cru da fotografia também desaparece assim que o protagonista engata a carreira, e todo outro elemento que é interessante à primeira vista, é repetido tantas vezes que acaba virando um vício cansativo.

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Foto: Divulgação Sony Pictures

Um bom exemplo é um recurso de montar o carro em volta do personagem enquanto ele dirige. Ilustra bem a relação que o protagonista tem com a direção, mas toda vez que isso aparece em tela, é sempre com a mesma encenação.

Isso tudo somado a obra repetir a fórmula de todo filme biográfico dos últimos anos (problemas com o pai, quase decadência, terminar no auge da carreira), e um elenco que por mais empenhado que esteja, sofre com personagens que constantemente esquecem os conflitos que eles têm uma cena depois deles aparecerem.

Esses fatores tornam a experiência de Gran Turismo na sala de cinema uma das mais exaustivas em 2023.


Gran Turismo: De Jogador a Corredor chega aos cinemas no dia 24 de agosto

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Foto: Divulgação Sony Pictures
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