DAVID FINCHER E SEU “LEGADO DE ARREPIAR” | Especial Halloween

david fincher
Foto: Reprodução.
David Andrew Leo Fincher (vulgo David Fincher), nasceu num condado de Colorado, em 28 de agosto de 1962.

Ninguém podia dar nada por ele na época, mas hoje Fincher se consagra como um premiadíssimo diretor de thrillers, que se destacam no cinema hollywoodiano por sua destreza narrativa e temáticas envolventes.

Apesar de não ser tão conhecido no meio do horror/terror, David Fincher traz para suas histórias elementos muito comuns, e representa em nossa série “Legados de Arrepiar”, o viés investigativo e policial de uma realidade tão assustadora quanto espíritos e bichos-papões.

O fã de “Drácula” (1931), “Tubarão” (1975) e “Alien – O 8º Passageiro” (1979) começou a se interessar pela produção audiovisual por volta dos 8 anos, quando brincava com a câmera de seus pais. Por ter crescido num condado da California (Marin), conheceu ninguém menos que George Lucas, e assim que assistiu “O Império Contra Ataca“, em 1980, teve seu vislumbre do que queria do cinema e começou a ter suas próprias noções de estilo.

Gostava tanto de seu vínculo com a sétima arte que, ao completar dezoito anos, começou a trabalhar para o ILM (Industrial Light and Magic), do já conhecido George Lucas, tanto que trabalhou na equipe de efeitos especiais de “O Retorno do Jedi“, de 1983.

Em 1992, David Fincher abraça o mundo com seu primeiro longa, “Alien 3”, que não fio nem sucesso da crítica, nem de estúdio, já que rolou um pega-pega entre ele a 20th Century Fox na época. Felizmente, o diretor viu sua carreira dar uma volta inesperada, com uma sucessão de filmes cativantes e surpreendentemente autorais.


SEVEN – OS SETE CRIMES CAPITAIS (1995)

Brad Pitt e Morgan Freeman em "Seven"
Foto: Reprodução.

Com uma história extremamente bem amarrada, escrita por Andrew Kevin Walker; uma dupla dinâmica de peso, sustentada por Brad Pitt e Morgan Freeman; e uma noção muito bem definida sobre o que se quer, Fincher emplacou com o thriller “Seven“, que acompanha dois detetives em busca de um assassino que pune suas vítimas de acordo com os sete pecados capitais. Aqui, já podemos ver a destreza do diretor e suas características mais marcantes, como a fotografia opaca, os jogos de iluminação (geralmente, com cores análogas e/ou complementares), enquadramentos abertos e sutil trilha musical.

Além disso, podemos observar a primeira vez que David Fincher se utilizar de um argumento que vai se repetir no restante dos seus trabalhos: a conclusão (in)satisfatória do vilão. A ambiguidade de um destino justo ou não para o antagonista da história é sempre posta à prova com a chegada do último ato, levando o espectador a questionar os próprios princípios. Em “Seven” por exemplo, isso se dá pela consolidação do plano do assassino, fato este que, em nenhum momento é escondido, mas sim, utilizado como ferramenta geradora de suspense para o final.

O filme está disponível no catálogo da HBO Max.


CLUBE DA LUTA (1999)

Brad Pitt em Clube da Luta
Foto: Reprodução.

Mais uma vez, Fincher dá as caras na quase virada do milênio com um filme polêmico e repleto de violência (um pouco mais, já que “Seven” extrapola as barreiras do que é considerado “assistível”), dessa vez, com uma adaptação do livro de Chuck Palahniuk, “Clube da Luta“. Apesar de uma singela bilheteria nas américas, o filme teve um ótimo desempenho com a crítica, sendo considerado até hoje um dos filmes obrigatórios de todos os tempos.

A história gira em torno de um narrador sem nome, insatisfeito e arrasado com todos os aspectos de sua vida. Até que conhece um vendedor de sabonetes chamado Tyler Durden, que o apresenta para um clube de lutas masculino de conduta duvidosa e destino arrebatador.

Um dos plot-twists mais lembrados é o desse filme e todos temos de concordar que era um tanto quanto inesperado. A sutileza de Fincher ao plantar as pistas certas, se utilizando de seus artifícios como diretor foi tamanha, que chega a ser satisfatório encarar o todo com as “cartas sobre a mesa”. “Clube da Luta” está disponível nos catálogos da HBO Max e Netflix.


GAROTA EXEMPLAR (2014)

Ben Affleck em "Garota Exemplar"
Foto: Reprodução.

Até onde vai a sofisticação cinematográfica? Devemos assumir que, de certa forma, David Fincher possui um talento para adaptações, e sabe muito bem traduzir a palavra “suspense” para as telas. Em “Garota Exemplar“, filme de 2014, baseado no romance homônimo de Gillian Flynn (inclusive, a própria autora quem adaptou e escreveu o roteiro), vemos o desespero de Nick, vivido por Ben Affleck, ao reportar o desaparecimento de sua esposa, Amy, vivida por Rosamund Pike, no dia do seu aniversário de casamento. Porém, nada – absolutamente NADA – é o que parece, e tudo pode mudar, a cada passar de hora; a cada informação a mais; ou, a cada informação a menos.

Alerta de opinião pessoal: Considero “Gone Girl” uma aula de suspense do estilo Fincher de fazer cinema. Se esse homem contribuiu com o cinema do suspense/terror/thriller de alguma forma, é aqui que ele ensina como. A fotografia azul ou verde em tons amenos e gastos, as silhuetas, o antagonista ambíguo, a moral duvidosa, o pessimismo, a complementação de informação ao estilo “investigação noir“… David mostra ao mundo para o que veio! E faz bonito!

O filme está disponível nos catálogos da HBO Max, Netflix e Star+.


David Fincher
Foto: Reprodução.

David Fincher não nos dá só opções excelentes de filmes para este Halloween como nos mostra que existem muitas faces do que pode ser considerado aterrorizante. A realidade investigativa, um casamento conturbado, um grupo disfuncional ou um assassino religioso à solta. A experiência é o ponto chave da filmografia e da vida de Fincher, que mostra o quão proveitoso é entender o seu Legado na história!

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