Quinto filme da franquia, Uma Noite de Crime – A Fronteira é melhor do que se esperava
Assim como todas as outras franquias do terror, a saga The Purge (“Uma Noite de Crime” aqui no Brasil), se tornou um sucesso, mas logo chegou ao desgaste. Com 4 filmes e uma série de TV no currículo, James DeMonaco alçou sua franquia a voos altos – que apesar de em alguns casos não serem refletidos em bilheteria – são citados até hoje na cultura pop.
Se no 4º filme acompanhamos a primeira noite, e um comentário até acertado ao racismo e gentrificação, A Fronteira se ancora nos loucos tempos atuais, seja nos EUA ou aqui no Brasil. Supremacistas, imigrantes, bizarrices…é como se a produção juntasse tudo de ruim em um liquidificador, e o resultado fosse o filme que vemos. Mas, será que vale a pena?
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Qual a trama de Uma Noite de Crime – A Fronteira?
Adela e seu marido Juan vivem no Texas, onde Juan trabalha como ajudante de fazenda para a rica família Tucker. Juan impressiona o patriarca de Tucker, Caleb, mas isso alimenta a raiva e o ciúmes do filho de Caleb, Dylan.
Na manhã seguinte ao expurgo, uma gangue mascarada de assassinos ataca a família Tucker, incluindo a esposa de Dylan e sua irmã, forçando as duas famílias a se unirem e lutarem enquanto o país se transforma em caos e os Estados Unidos começam a se desintegrar em torno deles.
O que achamos do filme?
Escrito por DeMonaco e dirigido pelo estreante em longas Everardo Gout, a produção se apoia em uma mudança de perspectiva. Se durante os anos vemos inúmeras produções (e a vida real), falando da emigração de mexicanos e latinos em busca do sonho americano – vemos famílias fazendo o caminho reverso – já que México e Canadá abrem suas fronteiras por 6h, enquanto um intitulado Forever Purge, (título original do longa), acontece.
Devo dizer que a ideia é excelente, e nunca antes tinha sido abordada na franquia. E se a sede de sangue de alguns grupos não fosse saciada em apenas uma noite? Assim, os EUA viram um caos, mais precisamente o Texas, lugar que acompanhamos durante os poucos mais de 100 minutos de fita.
A união e a dinâmica entre imigrantes e os redneckers são o ponto alto do filme. O que inicialmente acontece de forma obrigatória – se torna uma relação repleta de rugas coloniais e históricas – mas que ganha contornos sentimentais. A construção da tensão é outro ponto forte, apesar da sensação de urgência quase ser limada pela repetição de consequências.
Por exemplo – um personagem é quase morto inúmeras vezes – o que acaba tirando o peso das ações subsequentes. Mesmo assim, a direção encontra conforto em boas doses de ação, algo que parece ser a tônica da franquia desde o quarto filme. Abandonar um pouco o terror em prol da construção de boas e empolgantes seguimentos (com direito a plano sequência e tudo), parece ser o novo estilo da franquia.
Talvez a síndrome de Green Book afete um pouco as críticas rasas que esse novo filme propõe discutir, e realmente o discurso não é o forte do longa. Mas, o excesso de carnificina e atuações competentes de Ana de la Reguera, Tenoch Huerta, Josh Lucas, e Cassidy Freeman, seguram A Fronteira.
Sendo assim, o 5º filme da franquia é um road movie angustiante, pecando apenas na mensagem rasa que permeia toda a franquia. Apesar de vendido como sendo o último, a produção dá ares de que vai continuar – e como sabemos – tudo depende do dinheiro.
Uma Noite de Crime – A Fronteira chega aos cinemas brasileiros na quinta-feira (02/09)!
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