“O Caso Asunta” é a nova série da Netflix que relata os eventos que cercaram o assassinato da pequena Asunta Basterra em 2013.
Os crimes reais têm sido um verdadeiro atrativo entre as ficções dos últimos anos. Acostumados a explorar casos midiáticos por meio de reportagens e documentários, como os produzidos pela Netflix sobre assassinos em série, recentemente também têm sido abordados pela ficção.
Nesse sentido, O Caso Asunta é a nova minissérie de ficção sobre o assassinato de Asunta Basterra, um dos casos de crônica policial que mais chocaram a Espanha em 2013.
A produção chega à Netflix dia 26 de abril de 2024 para abordar um dos crimes mais lembrados pela sociedade espanhola, assim como a plataforma já fez anteriormente com outros casos como “O Caso Alcàsser”, “A Enfermeira”, “O Anjo da Morte”, “Dahmer” ou o próximo lançamento espanhol, “O Corpo em Chamas”.
Quem assume o projeto é a “Bambú Producciones” com o desafio de adaptar para a ficção o caso criminal que ocupou as páginas policiais naquele ano, o assassinato da pequena de 12 anos, Asunta Basterra. Parece que é a produtora certa para o trabalho, pois também foi responsável pelo documentário “O Que a Verdade Esconde: O Caso Asunta”, que foi ao ar na Atresmedia em 2016.
Sobre a série O Caso Asunta
A série conta com seis episódios, foi filmada na Galícia e tem como protagonistas Candela Peña (Hierro, Maricón Perdido) e Tristán Ulloa (Fariña, A Garota da Neve, Warrior Nun), que interpretarão Rosario Porto e Alfonso Basterra, os pais de Asunta. Javier Gutiérrez (Reis da Noite, Vergonha) e Alicia Borrachero (Tempos de Guerra, Os Relógios do Diabo) também se juntam ao elenco.
O caso real que inspirou a série O Caso Asunta
Em setembro de 2013, os noticiários e jornais nos chocaram com um caso horrível e muito midiático. A menina de origem chinesa Asunta Basterra (originalmente Fang Yong), de 12 anos, havia desaparecido, mas 24 horas depois descobriu-se que na verdade a jovem tinha sido assassinada. Seu corpo foi encontrado em uma pista florestal próxima à casa de campo da família.
A partir desse momento, começaram as investigações policiais e judiciais, em um caso sob responsabilidade do juiz José Antonio Vázquez Taín, que culminou na acusação dos pais adotivos, Rosario Porto e Alfonso Basterra, como suspeitos de homicídio. O processo resultou em uma sentença de 18 anos para o casal.
Sete anos depois, em novembro de 2020, Rosario Porto foi encontrada enforcada em sua cela na prisão de Brieva (Ávila), onde cumpria pena pelo assassinato.
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O que aconteceu com Asunta Besterra?
Como se vê na série espanhola, em 21 de setembro de 2013, Alfonso e Rosario Basterra, que são o foco da série, ligaram para a polícia para relatar o desaparecimento de sua filha de 12 anos, Asunta.
Em janeiro do mesmo ano, o casal havia se separado e Asunta havia ficado morando com a mãe. De acordo com o El Confidencial, os professores da menina, que era uma espécie de prodígio da música, começaram a notar que ela estava adormecendo na sala de aula e, ao perguntar o que estava acontecendo, ela disse que seus pais estavam lhe dando uns pós brancos, mas não deram muita importância e não pensaram que fosse algo ruim, pois a menina parecia estar bem e tinha um bom desempenho na escola.
Asunta foi adotada da China quando era bebê e sua vida familiar parecia ser ideal, mas a narrativa mudou após seu corpo ter sido encontrado sem vida e com sinais de violência um dia após seus pais terem feito o relato.
O corpo foi encontrado em um caminho perto da floresta no município de Teo, não muito longe da casa em que vivia.
Logo, as autoridades perceberam que os depoimentos dos pais eram inconsistentes e ambíguos, e até começaram a contar versões contraditórias dos fatos.
Durante a investigação, foi revelado que Asunta havia jantado com seus pais na tarde anterior, que havia vestígios de lorazepam em seu corpo e que ela havia sido amarrada com uma corda, provavelmente para mantê-la quieta. Depois de amarrá-la, alguém a sufocou até a morte.
Mais tarde, descobriu-se que Alfonso Basterra havia comprado lorazepam várias vezes na farmácia e que os pais de Asunta haviam administrado o medicamento a ela, durante meses antes de ela ser encontrada morta. Além disso, Rosario havia levado Asunta para sua propriedade, que ficava muito perto do local onde foi encontrada.
Com esses detalhes, os pais da menina se tornaram os principais suspeitos de seu assassinato, e a teoria de que não foi um acidente, mas que o casal havia planejado matar sua filha, foi proposta.
Também foi encontrado material pornográfico no computador do pai de Asunta e, segundo o El Confidencial, entre isso também foram descobertas fotos da menina, o que deu origem a mais e mais teorias sobre o que poderia ter acontecido.
Os Basterra se tornaram suspeitos em 2013, mas não foram a julgamento até 2015.
O motivo do crime não estava claro, mas pensava-se que os pais mataram Asunta para obter a herança deixada pelos avós (que haviam morrido um ano antes, sem uma explicação clara), porque viam a menina como um obstáculo para seu casamento, ou até para encobrir um crime muito pior, de natureza sexual. Na verdade, nunca se descobriu o motivo do assassinato, mas as provas eram suficientes e apontavam para os pais.
Durante o julgamento, os pais foram considerados culpados pelo Tribunal de Justiça da Galícia e condenados a 18 anos de prisão. Rosario Basterra se suicidou em 2020 enquanto cumpria sua sentença, enquanto Alfonso ainda está na prisão de Teixeiro.
