Burnout | Peça estreia no Centro Cultural de São Paulo

Foto: Marcelle Cerutti Divulgação

Burnout foi idealizado por Lis Ricci, que assina a dramaturgia ao lado de Angela Ribeiro. As duas estão também em cena, junto com as atrizes Palomaris e Priscila Ortelã. Já a direção e o dramaturgismo são de Erica Montanheiro.  O processo contou ainda com Ana Elisa Mattos como diretora assistente, Joyce Roma como diretora de arte, Lua Oliveira na direção musical e Gabriele Souza no design de luz.

Peça cumpre uma curta temporada de estreia na Sala Ademar Guerra, do Centro Cultural São Paulo (CCSP), entre os dias 7 e 17 de setembro. As sessões acontecem às quintas e sextas, às 19h, e aos sábados e domingos, às 17h.

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Foto: Marcelle Cerutti
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Qual a sinopse de Burnout?

Burnout narra o encontro de quatro mulheres. Uma mãe, uma atriz, uma cantora e uma professora. Esse encontro, que seria um show, vira o ensaio de um show e uma peça dentro da peça. Elas convidam o público a imaginar a história. O começo é uma explosão (ou uma implosão?). E quando tudo vai pelos ares, narrativas se emaranham tentando dar conta de tudo, sem conseguir dar conta de nada.

Uma sucessão de fracassos. Elas atravessam os inúmeros acontecimentos e, nessa jornada, compreendem que as máquinas, às vezes, podem ser seus próprios corpos.

Sobre a peça…

Amplamente discutido nos últimos anos, sobretudo durante a pandemia de Covid-19, a síndrome do esgotamento profissional – ou Burnout – foi reconhecida como enfermidade oficial pela Organização Mundial de Saúde (OMS) apenas em 2022. No Brasil, a doença acomete principalmente funcionários da saúde e da educação, com maior incidência em mulheres e mães.

A ideia do projeto parte da experiência de Lis Ricci, ex-professora de artes da rede municipal de ensino, com o diagnóstico de Burnout. A partir desta premissa, a pergunta que apareceu no processo criativo foi: qual o caminho para se chegar até tal esgotamento? Que escolhas ou falta de opção nos coloca nesse caminho sem volta rumo à precarização do trabalho e a exploração máxima dos corpos no sistema capitalista?

“Fui colhendo histórias reais das atrizes, que tinham a ver com esse acúmulo de coisas que a gente faz. No caso do artista, por exemplo, que dá aula, canta, estuda, pega muitos projetos simultâneos, e assume um acúmulo de funções para dar conta de pagar os boletos da vida adulta.”, conta Erica Montanheiro.

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Foto: Marcelle Cerutti
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A dramaturgia fricciona elementos documentais com a ficção, explodindo os limites da realidade. “Muitos acontecimentos narrados por elas pareciam saídos de uma peça do teatro do Absurdo. Mas eram elementos reais, cotidianos, ligados às relações de poder abusivas.”  O texto traz uma peça dentro da própria peça, e a encenação acompanha esse movimento. As atrizes recebem o público, dizendo que aquilo seria um show, mas que não deu tempo de fazer o show, que então farão uma peça, para arrecadar dinheiro para o show. “A matrioska do teatro, uma coisa dentro da outra, que tá dentro da outra.” completa Erica.

Essa repetição de tarefas, essa frenética ação de tirar funções da frente, para logo em seguida executar outra, como um Sísifo atual, está retratada na peça bem além da dramaturgia. Na encenação,as atrizes assumem inúmeras responsabilidades cênicas. Além da atuação, elas cantam, tocam diversos instrumentos, fazem operação de som e de luz, apresentando uma espécie de “estética da exaustão“. O espetáculo ainda emula em seus elementos visuais o boxe (modalidade esportiva recomendada para pessoas diagnosticadas com Burnout que foi estudada como preparação corporal da equipe, e é usada como ação física em algumas cenas da peça).

Apesar da seriedade do assunto, o espetáculo tem momentos de humor. “Entendemos que a precariedade das condições de alguns trabalhos, unidos às relações abusivas e ao acúmulo de funções são os disparadores desse esgotamento. Porém, tudo isso sendo naturalizado nos pareceu tão absurdo que foi impossível não encontrar um humor ácido, quase em tom de deboche, a fim de olhar para esse painel criticamente.”, finaliza Montanheiro.

Quando e onde assistir?

Temporada7 a 17 de setembro, às quintas e sextas, às 19h, e aos sábados e domingos, às 17h
Centro Cultural São Paulo – Sala Ademar Guerra – Rua Vergueiro, 1000, Liberdade

IngressosR$30 (inteira) e R$15 (meia-entrada)
Duração90 minutos
Classificação12 anos


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