“13 Exorcismos” é mais uma daqueles longas que querem chamar atenção com a palavra “exorcismo” no título, mas, será que consegue?
Acredito que assim como a maioria, você deve estar cansado de filmes sobre exorcismos, já que a maioria deles segue a mesma premissa: pessoa faz um ritual de brincadeira, logo depois um demonio se apodera dela e vai destruindo seu corpo e sua relação com os amigos/família, até a última parte onde acontece um exorcismo cheio de partes do corpo retorcidas e vozes distorcidas.
O terror espanhol “13 Exorcismos“, até tenta mudar um pouco o foco de sua trama no início, e consegue isso com louvor, mas acaba caindo no lugar comum de outros longas em seu último ato.
Mas antes, qual a trama de 13 Exorcismos?
Laura (María Romanillos) é uma adolescente tímida e sensível que quer muito se enturmar com os colegas do colégio. Na noite de Halloween, ela vai a uma festa e é induzida a participar de uma sessão para invocar espíritos. A partir desse dia, a vida de Laura muda para sempre…
Preocupados com o comportamento estranho da jovem, sua família chama um exorcista sancionado pelo Vaticano para intervir no caso de possessão demoníaca.
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O que achamos do filme?
A direção de Teresa Fernández-Valdés usa com sabedoria da escuridão e da sensação de estranhamento que a família de Laura causa nela. Religiosa ao extremo, sua vida parece uma prisão e um eterno castigo por um passado que é revelado aos poucos.
A cineasta consegue manter certa tensão, e aos poucos aumenta a intensidade dos atos que acontecem com Laura, com um bom trabalho de ambientação, maquiagem e construção de clima. A dualidade (que está na moda nos filmes de terror recentes) é colocada a prova. Laura realmente precisa de um exorcismo ou trata-se de um problema psicológico?
O bom uso da decupagem (planos escolhidos) causam inquietação e denotam um certo estilo ao contar a história. Uma pena que o texto de 13 Exorcismos não faz juz a essa estilização. Logo depois dessa mudança de abordagem, o filme cai nos clichês desse tipo de terror, e de certa forma, não trazem novidades se comparado a outros.
Talvez uma abordagem mais intimista e sutil como vinha fazendo, rendendo momentos até um pouco bregas, deixaria a produção com mais personalidade e identidade. Ao fim o gosto é amargo, já que por mais que tente, o terror espanhol não consegue se destacar num mar de escolhas erradas.
Nota: 5