Uma mistura de drama, romance e mistério, “Um Lugar Bem Longe Daqui” é a versão hollywoodiana de Pantanal
O ar de mistério que começa cercando “Um Lugar Bem Longe Daqui” logo se esvai. Isso porque, o mistério em questão e o filme de tribunal que se apresenta, são as partes mais fracas da obra. Quando vai para um lado mais romântico e dramático, o longa de Olivia Newman (Minha Primeira Luta) encontra conforto e qualidade em sua história.
A brincadeira com o título do texto não é em vão, afinal, no decorrer da trama, o filme lembra e muito as dinâmicas de Juma na nova versão de Pantanal. O contato com a tecnologia, com a leitura, a linguagem da violência, enfim, são vários os paralelos.
Qual a trama de Um Lugar Bem Longe Daqui?
UM LUGAR BEM LONGE DAQUI conta a história de Kya, uma garota abandonada que cresceu sozinha até a idade adulta nos perigosos pântanos da Carolina do Norte. Durante anos, os rumores da “Garota do Pântano” assombraram Barkley Cove, isolando a afiada e resiliente Kya de sua comunidade.
Atraída por dois jovens da cidade, Kya se abre para um mundo novo e surpreendente; mas quando um deles é encontrado morto, ela é imediatamente apontada pela comunidade como a principal suspeita. À medida que o caso se desenrola, o veredicto sobre o que realmente aconteceu torna-se cada vez mais obscuro, ameaçando revelar os muitos segredos que estão dentro do pântano.
O que achamos do filme?
Um Lugar Bem Longe Daqui começa como um filme de sobrevivência. No presente, Kya é uma outsider que luta para ganhar o respeito e simplesmente o apreço daqueles que a rodeiam, sem sucesso. Quando embarca em flashbacks, a obra mostra uma infância de abandono com grande atuação da atriz Jojo Regina.
No presente, Daisy Edgar-Jones consegue emular toda a emoção e desespero de sua protagonista, num misto de sensibilidade, inocência e rancor. No fundo de tudo isso existe amor, e é daí que Um Lugar Bem Longe Daqui tira sua força. A dinâmica com Tate (Taylor John Smith), e posteriormente a relação abusiva com Chase (Harris Dickinson), fazem com que a atriz tenha certa química e desprezo pela figura masculina na mesma medida.
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Estamos diante de uma produção sobre amadurecimento, que se ancora em erros do passado e no preconceito do outro. Dramaticamente, Um Lugar Bem Longe Daqui também funciona. Existe até certo humor involuntário em alguns momentos, mas o medo do futuro assusta os personagens a todo momento.
E o fim, por mais brega que seja, se torna um respiro para aqueles que conseguiram se conectar a trama de mistério e redenção.