O filme nacional Sócrates, de 2018, estreia no catálogo da Netflix estrelando Christian Malheiros como um jovem de Santos que precisa superar o luto após a morte de sua mãe, e no meio do caminho, precisa entender quem ele realmente é.
O longa acabou rodando alguns festivais à época porém não teve divulgação tão grande nas salas de cinema. Agora, espera fazer na Netflix, o sucesso que pretendia há alguns anos. Veja mais detalhes abaixo.
Qual a história de Sócrates
Desde os momentos iniciais do filme, o espectador é lançado na turbulenta realidade de Sócrates (Christian Malheiros). Sua luta incessante para reparar os fragmentos de uma vida que se desintegra em um piscar de olhos transcende a tela, inundando-nos com uma incômoda sensação de impotência. Cada tentativa frustrada de acertar algo, qualquer coisa, apenas intensifica essa angústia que permeia o filme do início ao fim.
Alex Moratto, o diretor, não busca amenizar o desconforto. Sua intenção é justamente provocar, seja mergulhando-nos na dura realidade das periferias ou assumindo um tom profundamente pessoal e próximo ao protagonista. A câmera, como um observador implacável, acompanha cada passo de Sócrates, capturando a mistura de desespero e ansiedade que tinge suas expressões, apenas iluminada por breves lampejos de esperança. A direção é seca e direta, assim como os cortes abruptos que montam a sequência de adversidades que o personagem enfrenta.
A narrativa se desenrola como um soco no estômago, sem concessões ou sentimentalismos. Somos confrontados com a dura realidade de um jovem negro, homossexual e pobre, que se esforça para sobreviver em um ambiente hostil e preconceituoso. A morte da mãe, a homofobia internalizada, a violência policial, a falta de oportunidades e a constante humilhação são apenas alguns dos obstáculos que Sócrates precisa superar.
O filme não oferece soluções fáceis ou finais redentores. A vida de Sócrates, como a de tantos outros jovens marginalizados, é marcada por perdas, frustrações e incertezas. No entanto, mesmo em meio à escuridão, encontramos lampejos de resiliência, amizade e amor que nos permitem vislumbrar a possibilidade de transformação.
Sócrates é um filme visceral e perturbador, mas também profundamente humano e necessário. É um retrato honesto e sem filtros da realidade de milhões de pessoas que vivem à margem da sociedade. Um filme que nos confronta com nossos próprios preconceitos e nos convida a refletir sobre a importância da empatia, da justiça social e da luta por um mundo mais justo e igualitário.
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A construção do personagem
A caracterização de Sócrates é complexa e multifacetada. Ele é um jovem cheio de contradições, que oscila entre a esperança e o desespero, a força e a fragilidade. Sua jornada de autodescoberta e amadurecimento é um dos pontos fortes do filme.
A crítica social
Sócrates é um filme que denuncia as desigualdades sociais e os mecanismos de opressão que marginalizam as minorias. A pobreza, a homofobia, o racismo e a violência institucional são alguns dos temas abordados de forma contundente.
A linguagem cinematográfica
A direção de Alex Moratto é precisa e eficiente. A câmera subjetiva, os planos-sequência e a trilha sonora contribuem para criar uma atmosfera claustrofóbica e imersiva, que intensifica a sensação de impotência e angústia do protagonista.
O impacto emocional
Sócrates é um filme que não deixa o espectador indiferente. A história de Sócrates é tocante e provoca uma série de reflexões sobre a vida, a morte, a justiça social e a importância da luta por um mundo melhor.
Sócrates é um filme importante que contribui para o debate sobre temas relevantes da sociedade, que incomoda, provoca e emociona, mas que também nos deixa com a esperança de que a mudança é possível.
Conheça o elenco
No centro da trama de Sócrates encontramos o talento de Christian Malheiros que dá vida ao protagonista, um jovem em busca de redenção. Ao seu lado, Tales Ordakji interpreta Maicon, um amigo que o acompanha em sua jornada.
Caio Martinez Pacheco se destaca como Chicão, um personagem que representa os desafios da vida nas ruas. Rosane Paulo comove como Dona, a mãe de Sócrates, e Jayme Rodrigues completa o elenco principal como Robson, um figura complexa que impacta a vida do protagonista.
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