Um musical inspirado pelos filmes de horror gótico das décadas de 1960 e 1070 é o enredo do espetáculo O Bosque dos Sonâmbulos, que volta em cartaz no Teatro Viradalata a partir de 6 de setembro. As sessões acontecem de terça a quinta, às 21h, até 12 de outubro. As músicas são tocadas ao vivo por uma pequena banda para piano, violão, violoncelo e guitarra. Os ingressos estão disponíveis em Sympla.
Sobre o que é O Bosque dos Sonâmbulos?
Adaptando o filme homônimo de Matheus Marchetti para os palcos, O Bosque dos Sonâmbulos é um conto-de-fadas macabro sobre uma misteriosa companhia de ópera que vem se apresentar em um antigo hotel nas montanhas. Enquanto o jovem Thomas se apaixona por um belo cantor da trupe, seu irmão mais novo, Oliver, teme que eles sejam vampiros, e que sua família corre grande perigo.
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Sobre o espetáculo…
“O Bosque dos Sonâmbulos surgiu de um diário de sonhos que eu tive na minha adolescência, e especificamente para um sonho recorrente sempre envolvendo um hotel isolado e um menino misterioso que eu encontrava lá. Queria escrever um romance gay adolescente que se casasse com minha linguagem narrativa de preferência o horror. Assim, busquei inspiração nos filmes de horror gótico dos anos 1960 e 1970, principalmente os que tratam de vampiras lésbicas – como as obras de Jean Rollin – mas subvertendo o olhar talvez mais heteronormativo dessas narrativas, trocando o gênero dos personagens centrais,” conta Matheus Marchetti.
Com uma encenação minimalista, apenas alguns objetos de cena e figurinos coloridos ocupam a função de cenário. A trilha sonora é cheia de contrastes – indo do lírico ao folk-rock em instantes – buscando recriar o sentimento de sair de um sonho e cair em um pesadelo, e vice-versa.
A encenação pretende criar uma performance intimista, colocando o público no mesmo saguão do hotel onde a história acontece. Sentados no mesmo ambiente que os protagonistas, num formato de arena, os espectadores se acomodam no que aparenta ser o lobby de um hotel abandonado com os poucos objetos de cena cobertos por pesados panos que pairam como fantasmas.
Os elaborados figurinos (parcialmente reutilizados do curta, por Ana Teixeira) funcionam como cenário – cada peça de roupa torna-se essencialmente um objeto cênico chave. Todos os figurinos carregam algum elemento de cor de forma muito intensa, que mesclada com uma iluminação igualmente colorida e exagerada, enfatizam essa viagem ao fantástico, à um mundo de conto de fadas às avessas – igualmente sensual, assustador e fascinante.
O diretor buscou referências em filmes como A Dança dos Vampiros (Roman Polanski), Os Contos de Hoffmann (Michael Powell & Emeric Pressburger), Teorema (Pier Paolo Pasolini), Escravas do Desejo (Harry Kümel), entre ouros. “Por ser uma história que trata de sonhos, bebi muito em cineastas que abraçam o onírico, que privilegiam essa sensação de mergulho profundo no subconsciente – Federico Fellini, principalmente seu Julieta dos Espíritos, é uma referência fortíssima no seu desfile de personagens excêntricos que navegam paisagens de sonho; e também o “Fellini britânico” Ken Russell, que como ninguém brinca muito com esse contraste de gêneros – da comédia ao horror ao romance ao musical”, completa.
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Quando e onde assistir?
Temporada: De 6 de setembro a 12 de outubro. Sessões terças, quartas e quintas, às 21h.
Duração: 90 minutos.
Classificação etária: 16 anos.
Ingressos: R$90 e R$45
Vendas: https://bileto.sympla.com.br/event/86216
Teatro Viradalata – Rua Apinajés, 1387 – Sumaré, São Paulo.
Capacidade: 100 lugares.