Besouro Azul – Crítica | Obrigado Deus por me fazer latino americano

besouro azul
Foto: Divulgação Warner Bros Pictures

Exaltando a cultura latina, a DC encontra em “Besouro Azul” o seu herói do povo


Quando Besouro Azul chegar aos cinemas nesta quinta-feira (17), não serão poucas as comparações com o Homem-Aranha, o amigão da vizinhança da Marvel. Isso porque, ambos os heróis conseguem contruir universos próprios dentro de um outro já estabelecido, contendo histórias fechadas em seu próprio mundinho. Se o cabeça de teia quer salvar a vizinhança, o besouro tecnológico alienígena azul quer salvar e proteger a sua família e comunidade.

Para apresentar o personagem as telonas, a missão foi dada a Angel Manuel Soto, diretor porto-riquenho que conseguiu criar esse auto-controle em seu primeiro e ótimo longa “Charms City Kings”. Será que aqui, ele repetiu a dose?

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Foto: Divulgação Warner Bros Pictures

Qual a trama de Besouro Azul?

Baseado nos quadrinhos da DC, o filme segue o jovem mexicano Jaime Reyes (Xolo Maridueña) que, recém-formado, volta para casa cheio de aspirações para o futuro. Em meio a uma busca por seu propósito no mundo – e um emprego – o destino o surpreende ao colocar em seu caminho uma antiga relíquia de biotecnologia alienígena, conhecida como Escaravelho. O besouro alienígena azul escolhe Jaime para ser seu hospedeiro simbiótico – o que lhe dá uma armadura superpoderosa e lhe garante poderes.

O problema é que o item é de grande interesse da empresária Victoria Kord (Susan Sarandon), que une forças ao vilão Carapax (Raoul Max Trujillo) para recuperá-lo. Nessa confusão toda, Jaime só poderá contar com a ajuda da própria família e da jovem Jenny Kord. E agora o jovem deverá enfrentar desafios imprevisíveis, tendo sua vida transformada para sempre ao se tornar o super-herói Besouro Azul.

O que achamos do filme?

A DC poderia muito bem se ancorar na muleta da representatividade para angariar o público latino (e faz isso também, já que estamos diante de uma empresa capitalista), mas nada em Besouro Azul é jogado. Todas as referências a novelas, séries, e a relação de Jaime com sua família são autênticas e bem trabalhadas no texto de Gareth Dunnet-Alcocer (Miss Bala). O exagero é proposital, e com ele os problemas de gentrificação, pobreza e subempregos da comunidade latina nos EUA.

Mesmo a DC sendo o antro de histórias e mundos fictícios (onde até as cidades não existem), as dificuldades enfretadas pela família Reyes são bem reais. Aliás, esse tom fantasioso está presente no visual neon de Palmera City, cidade do herói que quer primeira salvar sua gente, sua casa e seu bairro. Para isso conta com a ajuda de Jenny Kord, vivida por uma Bruna Marquezine segura e com um inglês impecável. Sua atuação cresce a medida que a obra avança, e encontra química e conforto imediato na interação com Xolo Maridueña, e a direção sabe disso ao separar os personagens em boa parte da fita, para que seu entrosamento não seja em vão, unindo-os no momento certo.

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Foto: Divulgação Warner Bros Pictures

Angel também manda bem nas cenas de ação, com planos longos e peso na pancadas que o herói sofre, desde sua transformação que beira a um terror de possessão, até as batalhas com o vilão. Porventura, os vilões são o problema principal de Besouro Azul. Susan Sarandon flerta com o camp e a galhofa assim como Jason Momoa fez em Velozes e Furiosos 10, ou poderia encarnar muito bem uma vilã de novela mexicana, mas fica na megera corporativa genérica, e seu campanga Carapax até ganha um background rápido e desnecessário, mas é apenas um tanque ambulante.

Se em alguns momentos poderia ter abusado mais, o filme peca por exagerar em outros. Xolo não segura tão bem momentos sérios e de emoção genuína, em instantes onde a direção (ou edição) erra por não encerrar as sequências. Mesmo assim, é impossível não se divertir com certo caos apresentado na tela, de um povo que não tem muitos heróis para chamar de seu, e precisa levantar a cabeça e esperar o momento certo para chorar e sorrir.


Ps: O filme tem 2 cenas pós-créditos.


Besouro Azul chega aos cinemas no dia 17 de agosto

Foto: Divulgação Warner Bros Pictures
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