Repetindo conceitos de outros longas sobre maternidade, “O Nascimento do Mal” sempre cai na mesmice
Alguns filmes conseguem falar das dificuldades da maternidade, não romantizando o processo e não sendo repetitivos. Esse é o caso de Huesera: The Bone Woman, longa mexicano que estreou esse ano lá fora, e infelizmente não deve chegar nos cinemas do Brasil tão cedo.
Por outro lado, produções como “O Nascimento do Mal” chegam aos montes, talvez por ser algo mais palatável ao público, além de ser falado em inglês, trazer rostos conhecidos do público, enfim, vários fatores que facilitam sua chegada. Uma pena que acessibilidade não se reflete em qualidade.
Qual a história de O Nascimento do Mal?
Depois de anos tentando desesperadamente criar uma família, Julie (Melissa Barrera) está finalmente grávida de novo e se mudando para uma nova casa com seu marido Daniel (Guy Burnet). Ambos estão ansiosos para um novo começo. Quando Julie é colocada em repouso absoluto na cama, ela lentamente começa ser consumida pela monotonia e a ansiedade de suas novas compulsões.
Experiências horríveis e assustadoras logo começam a cair sobre Julie, despertando demônios de seu passado e fazendo com que outras pessoas questionem sua sanidade. Presa e forçada a enfrentar seu passado e o sobrenatural, Julie luta para proteger a si mesma e a seu bebê ainda não nascido.
O que achamos do filme?
Você vai encontrar e com toda certeza identificar, alguns dos clichês básicos desse tipo de filme no longa de Lori Evans Taylor. O casal otimista em busca de um novo recomeço após um trauma, falsos jumpscares pela casa, animais sensitivos (nesse caso um gato), e claro, um marido cético que faz tudo, menos apoiar a esposa grávida quando ela mais precisa.
É claro que, além da primeira camada, O Nascimento do Mal quer trabalhar o fator isolamento de sua protagonista. Precisando ficar em repouso total (o título do longa original é “Bed Rest“), Julie esbarra na inércia, na solidão e no tédio. O silêncio total em alguns momentos brinca com sua sanidade.
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Unido a isso está a luta de uma mãe para proteger a prole de forças obscuras, motivadas também pelo desejo materno. Mas nem a passagem dos dias para o parto e o aumento do senso de urgência constroem interesse pela história, principalmente no segundo ato engessado.
O final entregue a galhofa, ao estilo Walcyr Carrasco na novela Alma Gêmea, dá um sopro de esperança e interesse a um filme fadado a repetição, que deve atrair aqueles que estão acostumados a mesma fórmula.