Viajar é superestimado no Turismo Macabro da Netflix

turismo macabro

David Farrier nos leva há viagens com uma série de bizarrices e surpreendentemente motivos para cometê-las em Turismo Macabro, que é o anti-turismo puro.

Há um bom tempo a Netflix deixou de ser aquela referência em suas produções para se tornar uma grande produtora que realiza, produz e também compra produtos de outras emissoras para lançá-los internacionalmente como sendo seu “Original“.

Qualidade deu lugar a quantidade. São inúmeras, séries, filmes, documentários e desenhos lançados semanalmente e porque não diariamente (a sexta-feira deixou de ser o dia tradicional). Mas se tem algo em que a Netflix tem se sobressaído sobre seus concorrentes é na produção de seus documentários ou séries documentais.

Vários documentários e curtas documentários indicados ao Oscar e séries como Making a Murderer sendo ovacionadas pela crítica. No catálogo felizmente, qualidade e quantidade andam de mãos dadas, já que o que não falta são produtos de diferentes tipos e gostos para você apreciar. Terminando esta propaganda gratuita, resolvi conferir Turismo Macabro (Dark Tourist no original), série documental de 8 episódios que acompanha um homem visitando os lugares conhecidos por ter um turismo digamos, peculiar.

Viajar é superestimado no Turismo Macabro da Netflix 3

Se tratando da realidade brasileira, viajar é sempre visto como sinal de ostentação ou muitas vezes uma forma de relaxamento, em Turismo Macabro isso está longe de ser a realidade. Os lugares são tensos, tem um clima sombrio e pesado (pois boa parte deles foi berço de tragédias), mexem com o pessoal dos envolvidos (o caso do dia dos Mortos no México), e também com toda uma população (a visita as áreas afetadas pela radiação no Japão).

Quem nos guia nessa viagem maluca é David Farrier , que apesar de apresentar grande carisma, chega a ser irritante as vezes. O narrador e apresentador do bizarro documentário Tickled (também presente na Netflix), parece mostrar interesse por trás do fascínio das pessoas em ver sofrimento ou seguir assassinos mundialmente conhecidos como Charles Manson, ao mesmo tempo em que usa um certo grau de ironia e deboche.

Viajar é superestimado no Turismo Macabro da Netflix 4

Isso claro, quando não desrespeita nenhuma lei – o que é até compreensível – já que algumas coisas estão tão próximas de serem realizadas, que é difícil não torcer por ele. Apesar da veia documental é inevitável não sentir um humor forçado em certos momentos – até mesmo desconfortante – o que ajuda a enriquecer mais ainda o que estamos vendo.

Turismo Macabro é uma busca pelo entendimento do entretenimento humano. Muito além de mostrar, a série procura entender o porquê dessas pessoas fazerem o que fazem, seja algo que pra nós é indiferente como beber sangue num ato sexual ou um absurdo como pagar para matar animais. A série é a contra-exaltação a cultura das viagens, mostrando que dependendo do destino, viajar é superestimado.

Total
0
Shares
Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Previous Post
oscar

O Oscar e sua busca por popularidade

Next Post

Crítica: Cloak and Dagger é mais um acerto da Marvel na televisão

Related Posts