Trem-Bala – Crítica | Incorretamente político

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Foto: Divulgação Sony Pictures

A beira de se tornar desgovernado, “Trem-Bala” encontra direção no carisma do seu elenco multitalentoso


Desde que dublês (ou ex-dublês) assumiram a direção do cinema de ação atual, os filmes se tornaram mais insanos, ao mesmo tempo em que flertam um pouco com a “realidade”. Se em condições físicas e técnicas as qualidades aumentaram após John Wick (2014), não pode-se dizer o mesmo em termos de história.

Porventura, Trem-Bala é uma daquelas raras excessões que consegue contar uma boa trama, com subtramas aparentemente desconexas de início, mas que aos poucos vão se desenrolando em uma loucura controlada, que assim como um trem (em uma analogia óbvia) começa devagar, e vai acelerando aos poucos, quase nunca parando, e contando trocentas histórias dentro de uma só.

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Foto: Divulgação Sony Pictures

Qual a trama de Trem-Bala?

Em TREM-BALA, Brad Pitt é o protagonista Joaninha, um assassino de aluguel azarado que está decidido a fazer apenas mais um trabalho de forma tranquila depois de ter passado por tantos outros que saíram do seu controle.

O destino, entretanto, tem outros planos; e a última missão de Joaninha o coloca em rota direta de colisão com adversários letais vindos de todas as partes do globo; todos com objetivos conflitantes porém conectados; no trem mais rápido do mundo – e ele precisa encontrar uma maneira de desembarcar.

Do diretor de Deadpool 2, David Leitch, o fim da linha é só o começo nessa viagem selvagem, com ação do começo ao fim e completamente caótica pelo Japão dos dias modernos.

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Foto: Divulgação Sony Pictures

O que achamos do filme?

A começar pela estética, Trem-Bala desde o início já mostra a que veio. A tela é preenchida de cores vibrantes e fortes, retratando um Japão futurista, algo refletido até nas legendas do filme. A personalidade do visual se transpõe para os personagens, cada um tendo uma função específica (e até unidimensional), mas que cumpre bem o propósito de formar um todo.

Se o Joaninha de Brad Pitt é o sortudo (ou azarado) atrapalhado, Limão (Brian Tyree Henry) e Tangerina (Aaron Taylor-Johnson) tem a dinâmica buddy cop já vista inúmeras vezes em filmes do mesmo estilo. Joey King como Prince encarna uma personalidade “inocente maldosa”, Badd Bunny como Wolf, o sujeito mal encarado, e por aí vai.

Confira também: Boa Sorte Leo Grande – Crítica do filme

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Foto: Divulgação Sony Pictures

A agilidade com que Trem-Bala passa pelas estações (ou missões), evidencia os conflitos que vão sendo resolvidos como side quests. O tempo passa voando, e as idas e voltas para apresentar personagens se assemelham bastante aos filmes do Esquadrão Suicida (ambos). Nem precisamos comentar a ação, que como é da alcunha de David Leitch se sobressai no corpo-a-corpo, mas peca no uso do CGI.

A insanidade ultrapassa as barreiras de um cinema mais “real”, e ainda bem que isso acontece. O surreal se mostra eficiente, e os atores parecem se divertir em cena, até aquelas participações especiais que não esperávamos.

Trem-Bala aos poucos se torna um filme de sobrevivência, e fala muito sobre a visão que aquelas pessoas tem de destino, ao mesmo tempo em que explora algo que o cinema recente tem feito aos montes: o daddy/mommy issues.

Seria essa a salvação do cinema?


Trem-Bala está em cartaz nos cinemas brasileiros

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