Supernatural | O amargo fim de uma era

Supernatural

Após quinze anos de lutas divididas entre o terror e a comédia, Supernatural se entregou ao pior vilão: o melodrama anticlimático


Convenhamos: temporadas finais sempre são problemáticas. Dependendo do tamanho da série, os produtores precisam referenciar momentos clássicos, homenagear o que passou e ainda entregar uma conclusão – geralmente agridoce – que agrade todo mundo.

Um trabalho nada fácil que, no caso de Supernatural foi amplificado. E eu nem estou falando somente das dificuldades narrativas de encerrar uma produção tão mirabolante, porque essa 15ª temporada também precisou lidar com uma pandemia no meio do caminho. Além de pausar as gravações, o final (que segundo os roteiristas seria mais grandioso) precisou ser levemente alterado para que as gravações pudessem acontecer com a segurança necessária.

Mas será que isso justifica todos os erros?

Eu acho que não, mas nós vamos chegar lá…

Supernatural
Foto: Dean Buscher/The CW

Antes precisamos falar rapidamente sobre uma temporada final que não deixou espaço para tantos comentários assim. Ela cumpriu a cartilha, fez homenagens, mergulhou num mar de referências nostálgicas, construiu um vilão quase impossível, obrigou os irmãos a encontrar soluções que pareciam impossíveis, arrancou risadas e lágrimas

Ou seja: entre bons e maus momentos, parecia ser só mais uma temporada mediana (porém sólida) de Supernatural. Pode não ser o ideal, mas é algo que os fãs já estavam acostumados.

Até mesmo porque vários finais eram facilmente antecipáveis, incluindo o do Jack e o do Cass. É fácil entender que a série não tinha muito pra onde correr, então aceitaria sem problemas essa temporada com a cara de Supernatural. Só que isso inclui, como vocês podem notar no meu especial de melhores episódios, um season finale marcante.

E esse final, meus amigos, eu admito que não consegui engolir…

Supernatural
Foto: Katie Yu/The CW

[A partir de agora essa crítica tem spoilers massivos e opiniões mais emotivas do que racionais]

Se fosse Deus matando o Dean, eu aceitaria de boa. Não gostaria por ter ele como personagem favorito, mas entenderia. Assim como esse papel cabia claramente a Tony Stark em Vingadores, todos os fãs sempre souberam que um possível sacrifício final recairia nas costas dele.

E faria pleno sentido, afinal eles estavam enfrentando Deus. Literalmente o ser mais poderoso que já apareceu na série.

Mas o 19° episódio resolveu isso de maneira extremamente simples. Com algumas reviravoltas forçadas, mas simples. Tudo pra deixar os irmãos seguirem em frente no último episódio cujo título era justamente “Carry On” (siga em frente numa tradução livre).

Tudo pra mostrá-los vivendo uma vida normal antes de matar o Dean em um encontro banal com um vampiro que a gente sequer viu o rosto. O texto tenta justificar que aquela é a morte de um caçador, mas depois de enganar Deus, perder a vida para um vampiro de terceira categoria é sim extremamente anticlimático.

Supernatural
Foto: The CW/Divulgação

Não vou negar que, conceitualmente, o episódio tem uma mensagem legal. É sobre luto e a importância de continuar sua vida, mas, na prática, é um final clichê e morno. Características anticlimáticas que puxam “Carry On” pra baixo, impedindo até mesmo que ele emocione o público. Uma das coisas que boa parte dos fãs de Supernatural esperava que acontecesse após quinze anos de jornada.

Mas, por motivos inexplicáveis, isso não rolou…

E o que mais dói é que eles tiveram a chance de encerrar tudo no episódio anterior (que, inclusive, teve muita cara de season finale). Tiveram a chance de entregar um combo com sacrifícios, pontas amarradas e caminhada rumo ao pôr do sol que seria clichê, porém minimamente condizente com a série. Na tentativa de criar algo diferente, dirigiram em direção ao pior episódio da história de Supernatural.

[Fim dos Spoilers]

Eu queria poder deletar o 20° episódio. Dizer que a série acabou antes, mas como não tenho preciso concluir esse texto com o pesar de alguém que viu sua série do coração fugir de sua essência, se entregar ao melodrama barato e terminar sua jornada na pior nota possível.

Supernatural
Foto: The CW/Divulgação

E não tem nem como defender o restante da temporada, porque ela foi inteiramente construída em torno desse momento. O desperdício dessa conclusão puxa todo o resto pra baixo da Terra, porque, a partir de agora, Supernatural vai ser sempre lembrada pelo último episódio nada marcante. Todas as outras partes dessa jornada serão ignoradas.

Até mesmo o belíssimo recado final que carregou nas costas a missão de emocionar será esquecido. Tudo será esquecido… E podem anotar o que digo na lápide: Supernatural, os irmãos Winchester e os fãs mereciam muito mais do que isso!


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