O Exorcista – 1ª Temporada | Crítica

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O Exorcista junto de Outcast e American Horror Story, mostrou que o terror pode render boas histórias na TV quando bem trabalhadas e focadas…

Com certeza a frase que intitula esse texto é a frase mais dita pelos nerds nos últimos anos, foi dita pela última vez depois do lançamento do trailer de Homem-Aranha: De Volta ao Lar devido a uma clara referência a trilogia original dirigida por Sam Raimi. O Exorcista consegue segui-la perfeitamente, sem queixas, já que foi anunciada não como um reboot, mas se passando no mesmo universo do filme original de  William Friedkin, estrelado por Linda Blair, com roteiro de  William Peter Blatty baseado no seu livro homônimo, que contava a história de Regan MacNeil, uma garota de 12 anos que sofre uma possessão demoníaca de uma entidade chamada Pazuzu.

Um clássico do cinema, e um dos meus filmes de terror favoritos de todos os tempos, a verdade é que comecei com o pé atrás em torno da série, o elenco trazia nome de peso como Geena Davis e Alan Ruck, em contrapartida seu criador e showrunner seria o inexperiente Jeremy Slater que roteirizou os fracos Renascida do Inferno e o fatídico Quarteto Fantástico (fraqueza que se repete no episódio final escrito por ele, mas que falaremos depois).

Resolvi dar uma chance e não me arrependi, com apenas 5 episódios inicialmente pensados, depois estendida pra 10 com uma temporada garantida, a série foi dividida em dois atos, sendo que no fim do primeiro temos um reviravolta, então você já sabe, spoilers a frente:

Episódios 1 ao 5

Se passando no mesmo universo do filme, The Exorcist começa a contar a história do padre mexicano Tomás Ortega (Alfonso Herrera) que toma conta de uma paróquia no subúrbio de Chicago, mas tem pretensões maiores, impulsionado por sua falecida avó, que diz que ele se tornará o primeiro papa mexicano. Paralelo a ele, somos apresentados ao padre Marcus Keane (Ben Daniels) que vive nos bairros mais pobres do México, obcecado por sua missão religiosa, já que é um exorcista.

Em determinado ponto ambos se unem para ajudar Angela Rance (Geena Davis) e sua família,  Henry (Alan Ruck), Casey (Hannah Kasulka) e Katherine (Brianne Howey) que após um trauma, a mãe acredita que a mesma está sofrendo de possessão demoníaca. Em uma sequência incrível e assustadora já em seu piloto, méritos para a direção de Rupert Wyatt, vemos que Casey em quem está possuída, e nesses 5 primeiros episódios somos mostrados ao desespero de uma mãe querendo salvar a filha.

O Exorcista - 1ª Temporada | Crítica 4

Desde a música clássica que encerra o episódio, até movimentos de câmera, a série é um poço de referências ao clássico de 1973. São dois padres, uma família, um demônio e nenhum medo de mostrar tudo, feita raro pra uma série de TV aberta.

As tentações do passado e presente sofridas pelos padres para que não finalizem o trabalho, a aparência do demônio e da possuída se deteriorando com o tempo, o desespero da mãe, a reprovação da igreja, são muitas as homenagens, mas nem só delas a série é feita, uma nova trama envolvendo assassinatos, roubo de órgaos para realizar um ritual chamado Vocare Pulvare e o planejamento para assassinar o papa, que visitará Chicago, são tramas paralelas que fazem a história seguir em frente.

Apesar de explorar outras tramas, a história acaba sempre voltando a família Rance, e a grande revelação da temporada prometida no episódio 5, dirigido por Jason Ensler, mostra que estamos diante da continuação do clássico de 1973, com Angela Rance revelando ser Regan Macneil, confirmando que o demônio Pazuzu (Robert Emmet Lunney) quer vingança, além de voltarmos aquele universo através de flashbacks, e saber que a mãe de Regan, Chris Macneil (Sharon Gless), se aproveitou de toda situação posterior pra se promover como atriz e ao mesmo tempo sustentar a família.

O Exorcista - 1ª Temporada | Crítica 5

Episódios 6 ao 10

Após a revelação e uma forma diferente de abordar o exorcismo mal sucedido de Casey, a esperança parece ter se perdido, até que uma forma diferente de exorcismo, focada no amor e muito menos em gritarias proferidas nos é revelada. Ficamos sabendo que demônios se infiltram dentro da igreja, e que o grande plano de assassinar o papa é apenas o começo do que estar por vir.

Com o demônio Pazuzu saindo de Casey e indo para Angela/Regan em dado momento, vemos mais uma nova faceta da atriz, que parecia fria e alheia a situação, mas volta como outra personagem e em uma posição de liderança em relação aos outros. Vale destacar as atuações surpreendentes de Alfonso Herrera que vem se mostrando muito além do “Rebelde” e de Ben Daniels com um teor dramático incrível.

Com uma segunda metade abaixo da primeira, com algumas repetições e conveniências de roteiro, The Exorcist se perde um pouco, talvez devido a baixa audiência nos horários da sexta à noite na FOX e o risco de cancelamento. Tudo isso afeta o episódio final da temporada, que parece corrido demais, com a trama da família Rance se resolvendo como um final de novela, cá pra nós, que última cena desnecessária. Além é claro da trama do papa, bem mais interessante neste final, mas com necessidade de conclusão rápida, o que afetou o enredo. É como se quisessem realmente dar um final, caso a história não continue em uma improvável segunda temporada.

Surpreendendo positivamente, O Exorcista junto de Outcast e American Horror Story, mostrou que o terror pode render boas histórias na TV quando bem trabalhadas e focadas, não se deve atirar para todo lado para saber o que vai dar certo, mas apresentar uma história coesa e que assuste, algo que a série conseguiu fazer bem, com atuações acima da média, bons efeitos e excelente trilha sonora.


O Exorcista - 1ª Temporada | Crítica 6

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