Messias de Duna é a continuação do clássico livro de ficção científica
Com um desenvolvimento de personagens interessante, as tramas em Messias de Duna se complicam com conspirações para tirar Paul Muad’Dib do trono
- Título: Messias de Duna
- Autor: Frank Herbert
- Páginas: 268
- Ano: 1969
- Edição: 2017
- Editora: Editora Aleph
- Gênero: Ficção Científica com muita filosofia e religião
A história contada em Messias de Duna se passa anos após o final do primeiro volume da série. Paul Muad’Dib Atreides é Imperador, conquistou o império e as casas rebeldes através de um violento Jihad, guerra santa que matou bilhões de pessoas no universo. As intrigas para tirá-lo do poder vem das Grandes Casas, da Bene Gesserit e da outra escola, já citada no outro livro, mas apresentada aqui, a Bene Tleilax.
Paul é casado com a princesa Irulan, o que deu legalidade a sua posição como Imperador, porém sem ter nenhum tipo de relacionamento com ela, sua verdadeira mulher é sua concubina, a fremen Chani. Desde a morte do primeiro filho, Chani não conseguiu conceber mais, e está determinada a dar um herdeiro para o trono de Paul.
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“[…] o próprio futuro da humanidade, depende das ações relativamente simples de indivíduos isolados.”
Como é o livro Messias de Duna?
Messias de Duna é o menor livro da série, sendo um terço do tamanho do primeiro volume, porém é muito intenso, toda informação passada é necessária para a continuidade da trama. Aqui se sente falta, apenas, do deserto e dos vermes de areia. Não tendo mais necessidade de explicar muito do contexto planetário ou do cenário político, a história foca nas tramas políticas, religiosas e pessoais da família de Paul.
Enquanto em Duna tínhamos a presença forte de uma mulher forte em Jessica, em Messias de Duna a mãe de Paul está isolada em Caladan, planeta natal da família Atreides. Temos em Chani, Alia e Irulan a figura de mulheres que estão determinadas a usar o que puderem a seu alcance para conquistarem seus objetivos. Boa parte do livro gira em torno delas e suas ações, que culminam nas consequências que vão chegando ao final e climax do livro.
“—Destrui-lo sire? […] É possível destruir um deus?”
A introdução da escola Bene Tleilax e suas habilidades também é muito interessantes de ser ver. Enquanto a Bene Gesserit é uma irmandade que ensina suas meninas sobre habilidades de luta, envenenamento, manipulação, política e religião, a Bene Tleilax usa de tecnologia e manipulação genética para criar pessoas, como sem sexo e com habilidades de mudar de forma, os Dançarinos Faciais, clones, chamados aqui de gholas, e pessoas com habilidades meio que hipnóticas, a implantar “palavras-chaves” para manipulação dos outros.
A Guilda também envia um dos seres mais estranhos que temos no livro, também capaz de prever o futuro com o uso da especiaria. Juntos, vão tecendo a trama e a armadilha para ver o império de Muad”Dib ruir.
O relacionamento de Paul Muad’Dib com seus “fiés” também é um ponto muito importante em Messias de Duna. Arrakis passa a mostrar alterações em sua paisagem, com a presença das modificações climáticas feitas para que toda a água antes armazenada, agora pudesse vir a tona. Visto como um Deus que conseguiu trazer água ao planeta, seus súditos-fiéis tratam como blasfêmia e violência cada ato ou palavra contra seu Imperador.
Alia também tem um importante papel religioso a representar em Messias de Duna, sendo a Reverenda Madre principal de Arrakis, diariamente realiza os antigos rituais fremen, mas agora em um templo enorme e dentro da cidade, não no deserto, para milhares e milhares de pessoas. Santificada por suas habilidades, é vista como uma Deusa tanto quanto o irmão, e adorada como santa. Porém, com poderes limitados em relação a Paul, ainda é uma adolescente com medo e receios do que pode acontecer, e uma personagem de grande complexidade exatamente por seus poderes.
“[…] matei sessenta e um bilhões, esterilizei noventa planetas, desmoralizei completamente outros quinhentos. Eliminei os seguidores de quarenta religiões que existiam havia…
—Infiéis! Infiéis todos eles!”
Messias de Duna vale a pena?
Então vemos que não é só no título que Messias de Duna traz uma carga grande de religiosidade. Capítulo atrás de capítulo, a relação entre religião e política é debatida, discutida, repelida e enaltecida, dependendo do ponto de vista de cada personagem, além de trazer traços de humanidade dos novos deuses. Paul Muad’Dib diz que o Jihad foi inevitável, que foi uma força que iria acontecer independente dele ou não, mas ainda assim aconteceu em seu nome. O que isso faz dele?
Messias de Duna muda completamente o foco e o tom do primeiro livro, ganha muita força no império teocrático. O final vem sendo esperado, mas mesmo vendo a trama sendo tecida ao longo do livro, a leitura ainda tem a capacidade de surpreender, entristecer e de deixar muita ansiedade para o que vai acontecer no livro 3, Filhos de Duna.
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