Flores para Algernon | Livro de Daniel Keyes é recheado de sentimentalismo

Flores para Algernon

Confira a resenha de Flores para Algernon

  • Título: Flores para Algernon
  • Autor: Daniel Keyes
  • Tradução: Luisa Geisler
  • Ano: 1959
  • Edição: 2018
  • Editora: Aleph
  • Páginas: 288
  • Gênero: Ficção científica leve

Flores para Algernon foi um livro que eu li ano passado e fiz questão de colocar no projeto de leitura coletiva Sci-Fi LC, com quem reli agora em setembro. A história de Charlie e Algernon é muito cheia de reviravoltas, sendo esse um livro que nos dá momentos mais de tristeza, melancolia e reflexão e até raiva.

“Sou uma pessoa. Eu era alguém antes de passar pelo bisturi do cirurgião. E tenho que amar alguém.”

Flores para Algernon é o livro de Daniel Keyes

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Qual a história do livro de Daniel Keyes, Flores para Algernon

O livro conta a história de Charlie Gordon, um homem de 32 anos com deficiência intelectual, que tem a personalidade de uma criança e muita dificuldade de aprendizado, mas que sonha em ser mais inteligente para, assim, melhorar suas relações sociais e ter mais qualidade de vida. Uma cirurgia revolucionária e experimental promete fazer com que ele realize esse desejo, tendo sido aplicada com sucesso em um rato, chamado Algernon, e Charlie torna-se então a primeira cobaia humana no experimento.

“Se você é intelijente você podi ter muitos amigus para conversar e você nunca fica solitário sosinho o tempo todo.”

Charlie escreve todo o seu processo, desde antes da cirurgia, em relatórios de progresso, forma como Flores para Algernon é dividido. Nesses relatórios, ele escreve errado, e no início é difícil para entender algumas palavras, porém foi um recurso genial do autor para passar como a mente de Charlie funciona e das dificuldades que ele tem. Não só a grafia está errada, mas o modo como ele pensa é tanto ignorante quanto inocente. Para mim, a tradutora está de parabéns por esse trabalho.

Após a cirurgia, ainda no início de Flores para Algernon, Charlie vai começando a ficar mais inteligente, o que podemos acompanhar pelas mudanças no modo que ele escreve e seus novos aprendizados. Também passa a se lembrar de coisas relacionadas a seu passado, desde o mais recente até infância e adolescência, mostrando que as pessoas que ele considerava amigos não eram tão gentis assim com ele.

“Ela disse que pouco importa isso mas eu não deveria me sentir mal se descobrisse que nem todo mundo é bom como eu penso”

O que achamos de Flores para Algernon?

Em Flores para Algernon, Keyes faz uma crítica tanto entre a dicotomia de ciência e religião, quanto a forma acadêmica de pesquisa, além de falar um pouco sobre a forma que famílias têm em lidar com pessoas com deficiência intelectual. A volta as memórias de Charlie mostram como a família e colegas de escola não sabiam lidar com ele. E a situação de inteligência atual mostra que os próprios cientistas que ele tanto admirava e acreditava ser gênios, não passam de homens que não acham que pessoas menos inteligentes valem de alguma coisa.

“[…] a raiva e a desconfiança eram as primeiras reações para o mundo ao meu redor.”

Flores para Algernon é o tipo de história que vem para nos fazer refletir não só sobre a sociedade mais sobre nós mesmos. Algumas das vezes a gente se pega nos vendo no lugar das pessoas que zoavam o Charlie, que faziam graça com ele, coisas comuns de se fazer principalmente na infância, rir daquilo que é diferente, não entender que a pessoa tem uma necessidade especial, ou que precisa de ajuda profissional. A revolta para com os personagens se volta a nós mesmos e a pessoas a nossa volta.

Mais uma vez, a história de Charlie e Algernon me emocionou muito, a ponto de mesmo sabendo tudo que aconteceria, chorei exatamente nas mesmas partes. Continuo revoltada com a ignorância do mundo e a ignorância até de vários acadêmicos ao modo em que tratavam Charlie, como se antes do experimento ele não fosse uma pessoa, como se eles estivessem criado.

contracapa de Flores para Algernon

O livro vale a pena?

Flores para Algernon é livro que eu recomendo de olhos fechados para todas as pessoas, mesmo aquelas que não são muito fãs e nem simpatizam com ficção científica. Como uma ficção científica, é bastante leve, não tão focada no processo cirúrgico, e sim no que essa inteligência e a volta das memórias trazem. Flores para Algernon é uma grande lição do quê é ser inteligente, do que é ter empatia pelo outro e o que inteligência realmente traz pode trazer para nós.

“[…] inteligência e educação sem doses de afeto humano não valem droga nenhuma”

Aqui é a Liv do Resenhas Caóticas, e se você quer acompanhar mais as minhas leituras, me siga no Instagram @ResenhasCaoticas. Obrigada e até a próxima.

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