Neste Projeto 52 falamos de Túmulo dos Vagalumes, uma das animações mais emocionantes do Studio Ghibli e um dos melhores filmes anti-guerra.
Mais uma semana, mais um filme no Projeto 52, seguindo a lista da Mariana Paiva do site Querido Click, que resolveu lançar um desafio de cinema: nas 52 semanas do ano, iremos ver um filme sobre algum tema.
O objetivo principal é um texto todos os domingos até a última semana do ano. Pela primeira vez falhamos na missão, e não entregamos um texto no domingo. Já penso desculpas de antemão e digo que o tema é Animação. Vamos falar de uma das animações mais emocionantes da história. Aquele filme que acaba e a bad se instaura automaticamente. Além disso, ele faz 30 anos em 2018. Aproveitem e deixem comentários com dicas de filmes sobre os temas.
Animação
O Studio Ghibli é famoso por emocionar, sempre trazendo uma mensagem positiva em seus filmes, seja ela de amor, amizade, e principalmente esperança na humanidade. O segundo filme do estúdio, lançado lá em 1988 (para minha surpresa), não foi assim. Túmulo dos Vagalumes baseado no conto Hotaru no Haka de Akiyuki Nosaka conta a história de Seita e Setsuko, dois irmãos que vivem na cidade de Kobe, no Japão, em plena Segunda Guerra Mundial.
O pai foi convocado, já que era soldado da Marinha, e a mãe morre precocemente em um bombardeio. Os irmãos são obrigados a morar na casa da tia que começa a tratá-los de forma amorosa, mas com o passar do tempo os trato como um peso, já que segundo ela, eles apenas comem e dormem, sem contribuir para a guerra.
Seita e Setsuko passam a viver sozinhos, tendo o necessário para sobreviver de início, mas acabam encontrando dificuldades em um país que está perdendo a guerra. Os incessantes bombardeios, a falta de comida e a escassez, levam as pessoas a se tornarem egoístas – ao mesmo tempo que racionar seus bens – os tornam sobreviventes.
Isao Takahata em parceria com o gênio Hayao Miyazaki, entrega uma história belíssima e vibrante. Apesar de se tratar de um filme anti-guerra, estamos diante de um drama pesado, que encontra alegria nos momentos em que os irmãos brincam e riem felizes. As cores vibrantes tomam conta dos cenários, ganhando contornos cinzas, apenas quando os ataques acontecem.
Os olhos são um elemento importante das obras orientais e Túmulo dos Vagalumes os explora de uma maneira singela e delicada, auxiliado por uma belíssima trilha sonora. O clipe em que os momentos de Setsuko são lembrados é uma das cenas mais emocionantes do filme, unindo todos os elementos citados de forma harmoniosa.
Túmulo dos Vagalumes é uma animação forte, poderosa e definitivamente não é infantil. Estamos diante de uma história pesada, repleta de camadas morais e com dilemas bastante atuais para um filme lançado em 1988. O exercício da empatia, que é algo que tanto nos falta hoje em dia, era abordado naquela época e a frase de uma entrevista recente de Mano Brown sintetiza o que vivemos: “Não temos mais uma luta de classes, hoje a luta é individual”.
O site está fora do ar e o canal da Marina está parado a um bom tempo, mas deixarei os links caso queiram acompanha-la.
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Site: queridoclick.com.br/
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– Tema da próxima semana: Atriz Favorita. Até Lá!
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