O Palestrante – Crítica | Quando The Office encontra a tomada de 3 pinos

o palestrante
Foto: Divulgação Downtown Filmes

Calcado na vergonha alheia e piadas pesadas nível Michael Scott, “O Palestrante” aborda o universo desprezível dos coaches com bom humor


O cinema brasileiro é carente de comédias românticas. Daqueles clichezonas onde tudo dá certo no fim. Em contrapartida, temos inúmeros filmes que abordam o universo corporativo, mostrando a chatice que é trabalhar em agências e repartições públicas.

O Palestrante, novo filme de Marcelo Antunez (Polícia Federal: A Lei é Para Todos), vem suprir essa ausência. Ao mesmo tempo em que atualiza a visão corporativista (apesar de ter sido gravado em 2018), o filme se torna atemporal pela época de promessas vazias e ritualísticas que vivemos. Além disso, incrementa o lugar-comum das comédias românticas clássicas.

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Foto: Divulgação Downtown Filmes

Qual o enredo de O Palestrante?

Guilherme (Fábio Porchat), um contador sem perspectivas que acaba de ser demitido e abandonado pela noiva, viaja para o Rio de Janeiro com o objetivo de resolver pendências da empresa que o demitiu.

Em um impulso de quem não tem nada a perder, assume o lugar de um tal Marcelo, sem saber que se trata de um palestrante motivacional contratado para animar os funcionários da empresa de Denise (Dani Calabresa). Guilherme tem que colocar todos pra cima, mas talvez ele também precise desse novo Marcelo para mudar de vida.  

O que achamos do filme?

O roteiro do próprio Porchat em parceria com Cláudia Jouvin é uma metralhadora de piadas, que dá pouco tempo para o espetador respirar. Felizmente a maioria delas é engraçada, apesar de boa parte apelar para o absurdo, mas, deixa eu te contar um segredo: é possível achar uma piada ofensiva engraçada, uma coisa não anula a outra.

Grande parte dessa interação não vem apenas do ambiente em que O Palestrante se passa, mas também do seu vasto elenco cercado de talentos. Além de Dani e Porchat, Paulo Vieira, Miá Mello, Otávio Muller, Maria Clara Gueiros, Antonio Tabet, Rodrigo Pandolfo e companhia, ajudam a trazer imersão e tornar leve um lugar de estranheza e chatice.

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Foto: Divulgação Downtown Filmes

Há momentos em que a vergonha alheia toma conta, desde um chefe ao estilo Michael Scott de The Office, a piadas sexuais de depravação, timidez, maldade entre colegas de trabalho, mas o que mais funciona são as graças feitas com os coaches que vendem soluções que não existem, um universo que convenhamos já virou chacota.

A parte romântica ganha força pelo compromisso de Dani Calabresa com uma personagem mais séria e contida, mas o bom desenvolvimento e as discussões entre a importância de se contar a verdade (e mentir às vezes), torna O Palestrante um filme simpático e até inocente por nos fazer rir, quando ninguém ao menos tentou.


O Palestrante está em cartaz nos cinemas!

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