Acossado é um dos filmes mais importantes da história do cinema francês, da Nouvelle Vague – e do mundo. O primeiro longa-metragem do célebre diretor Jean-Luc Godard, que começou a carreira na sétima arte escrevendo críticas para a icônica revista Cahiers du Cinema, e, a partir desse filme, ajudou a revolucionar a indústria cinematográfica.
A história de Nouvelle Vague
O filme de Linklater conta as histórias de bastidores da produção de Acossado e como se comportavam os realizadores cinematográficos na França daquela época. Mostrando como Godard trabalhava de uma maneira própria, desafiando regras e convenções a partir de visões inovadoras, que os outros ao seu redor nem sempre – raramente – entendiam.

O que achamos do filme
O longa já começa te jogando na trama, sem muitas introduções, partindo do princípio que o público conhece, ao menos o suficiente, sobre aquelas personas e o básico do contexto histórico. Uma suposição bastante válida já que a intenção não explicar como surge o movimento cinematográfico que dá título ao filme, mas sim retratar a produção conturbada de um dos projetos mais memoráveis do cinema.
Isso, contudo, não o torna excludente para quem pouco sabe sobre a Nouvelle Vague ou nunca tenha sequer assistido Acossado, já que essas não são informações que você precisa para entender o desenvolvimento do filme.
É claro que o nível de conexão que cada um terá ou não com o projeto irá variar de acordo com o tanto de piadas que consegue captar e o quanto imerge naquele mundo. Porém, é seguro afirmar que basta saber o básico, já que a alma do filme está na persona irreverente,
charmosamente canalha e irritante de Jean-Luc Godard.
Até mesmo quem jamais tivesse escutado seu nome poderia se fascinar pela figura retratada por Linklater, ainda que se sentisse perdido em determinadas partes. O filme deve tocar o coração dos fãs, ao mesmo tempo que tem potencial para conquistar novos admiradores.

Linklater resume uma produção de vinte dias em um projeto de 1 hora e 40 minutos, tão engraçado como sua figura central. Tão charmoso quanto deve ser um filme sobre Godard. A fotografia preto e branco e a estilização da época não ficam parecendo uma imitação barata ou caricata dos filmes de então, pelo contrário, emula um sentimento de nostalgia por algo não vivido, funcionando com uma verdadeira máquina do tempo.
A blocagem charmosa, a trilha sonora que deliciosamente nos posiciona no período em que o filme se passa e a até a fonte dos nomes que aparecem para posicionar quem é quem, tudo contribuiu para essa atmosfera que nos transporta de volta para os primórdios da Nouvelle Vague.
Nouvelle Vague foi visto na 49ª Mostra de São Paulo, que acontece dos dias 16 a 30 de outubro de 2025.

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