Morte Morte Morte – Crítica | Um delicioso banho de sátira e sangue

morte morte morte
Foto: Divulgação Sony Pictures

A premissa Morte Morte Morte bebe das fontes de Pânico (1996), mas não se deixe enganar, pois a despeito das semelhanças iniciais, o filme de 2022 consegue manter uma identidade própria.

Qual a história de Morte Morte Morte?

Um grupo de jovens ricos se reúne na mansão de um deles para assistir a um furacão, enquanto bebem, gravam vídeos para a internet e usam drogas.

Os amigos decidem jogar bodies, bodies, bodies, um jogo de mistério no qual devem descobrir quem é o assassino. No entanto, o clima de tensão entre eles – que já existe desde o primeiro momento em que se encontram – escala rapidamente quando alguém aparece morto de verdade.

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Foto: Divulgação Sony Pictures

O que achamos do filme?

O longa é uma sátira de terror, que busca ironizar a geração z através de personagens propositalmente estereotipados, com comportamentos desprezíveis: eles são fúteis, egocêntricos, exagerados, discutem o tempo todo sem motivo nenhum e de forma extremamente rasa, sem nunca chegarem a uma conclusão – como se estivessem nos comentários de um tuite viral. São todos deliciosamente insuportáveis, proporcionando ao espectador um divertimento sem peso na consciência quando as mortes começam.

Quem rouba a cena é Alice, interpretada pela carismática Rachel Sennott (Shiva Baby), ela cumpre a função de alívio cômico e garante os melhores momentos do longa. Já Maria Bakalova (Borat 2: Fita de Filme Seguinte) da vida à Bee, que traz um tipo diferente de humor, através de sua ingenuidade, que a faz parecer muito inocente em algumas cenas e altamente culpada em outras.  

O filme usa e abusa das convenções do gênero, no entanto faz isso de forma consciente e proposital, sem cair no ridículo. Pouco antes do primeiro corpo aparecer, as luzes de apagam, deixando os amigos isolados e no escuro, para contornar a falta de iluminação das cenas, a direção de Halina Reijn usa colares luminosos e lanternas de celular que deixam a obra com uma aparência moderna e jovial, além de criar uma identidade visual própria.

As músicas animadas, os figurinos coloridos e a fotografia cheia de neons imprimem uma vibe descolada ao longa. Os diálogos são intencionalmente superficiais, e servem para realçar as críticas à geração z. Com um visual bonito e uma verborragia sem conteúdo, Morte Morte Morte é um divertido retrato de sua época.

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Foto: Divulgação Sony Pictures

Contudo, se engana quem pensa que a obra não tem nada a dizer, as conversas entre os personagens são vazias mas comunicam muito ao espectador.

A trama demora para engatar, pois se preocupa mais em apresentar as personalidades de cada um, do que em oferecer um espetáculo sanguinolento do início ao fim.

O roteiro e a direção nem sempre conseguem conciliar os elementos de comédia com os de horror e o resultado final é a sátira ganhando bem mais espaço do que o terror, podendo frustrar alguns fãs do gênero. Mas, a partir do momento que corpos começam a aparecer, o banho de sangue toma conta da tela.

Se, por um lado, a escolha de retratar pessoas irritantes com atitudes estúpidas cumpre a função de zombar da juventude atual, por outro, fica difícil se importar com eles, comprometendo o suspense da trama. O mistério em torno da identidade do assassino também é desinteressante. A revelação final será bastante divisiva, na minha opinião é um dos desfechos mais engraçados já visto em um filme de terror.

Confira também: BGS 2022 | 13 motivos para ir ao evento que acontece em São Paulo

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Foto: Divulgação Sony Pictures

Apesar de eventuais problemas causados pela combinação dos gêneros, os 94 minutos de Morte Morte Morte passam rápido, e proporcionam uma experiência divertidíssima.


Morte Morte Morte está em cartaz nos cinemas brasileiros

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