Maxxxine – Crítica | Um show de horror da melhor qualidade

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Foto: Divulgação Universal Pictures

“MaXXXine” inicia com a citação icônica de Bette Davis: “Neste ramo, se você não é conhecido como um monstro, você não é uma estrela.” Essa frase estabelece o tom do filme, sugerindo que a busca pela fama em Hollywood pode exigir uma transformação completa e, às vezes, implacável.

Ao longo do filme, vemos Maxine Minx, interpretada por Mia Goth, personificar essa ideia enquanto ela enfrenta batalhas internas e externas para conquistar o estrelato e a vida que acredita merecer​.

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Qual a trama de MaxXine?

Na década de 1980, em Hollywood, a estrela de cinema adulto e aspirante a atriz Maxine Minx finalmente teve sua grande chance. Mas enquanto um misterioso assassino persegue as estrelas de Hollywood, um rasto de sangue ameaça revelar o seu passado sinistro.

O que achamos do filme?

Ti West, o diretor, entrega uma obra que presta homenagem aos filmes clássicos de terror, incorporando referências que evocam a era de ouro do gênero. Elementos como a casa do “Psicose” e a atmosfera vibrante de O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas” enriquecem a narrativa e proporcionam uma sensação de nostalgia aos fãs. Essas referências são integradas de maneira coesa, criando uma experiência cinematográfica que celebra o passado enquanto constrói algo novo.​

A personagem de Maxine passa por uma transformação significativa desde sua primeira aparição em “X”. Inicialmente retratada como uma aspirante a estrela de filmes adultos, Maxine agora busca o estrelato no cinema de terror. Essa mudança de objetivo é refletida não apenas em sua filosofia, mas também em sua postura e estilo. No primeiro filme, ela era frequentemente sexualizada, uma representação de sua profissão na época. No entanto, em “MaXXXine”, vemos uma Maxine mais madura e determinada, com um guarda-roupa que reflete sua nova identidade e aspirações​.

A ambientação nos anos 80 é um dos pontos altos do filme. A trilha sonora repleta de sucessos da época, como músicas de ZZ Top e Frankie Goes to Hollywood, junto com os figurinos e a estética visual, capturam a essência dessa década de forma autêntica. A atmosfera é tão cativante que transporta o público diretamente para a vibrante década oitentista, enriquecendo ainda mais a experiência de assistir ao filme.​

Um aspecto particularmente notável de “MaXXXine” é como ele ressoa com o público feminino. No primeiro filme, Maxine era frequentemente reduzida a um objeto de desejo, uma consequência direta de sua profissão. Agora, sua transformação em uma atriz de filmes de terror é acompanhada por uma mudança significativa na forma como ela é retratada. Maxine não é mais definida apenas pela sua sexualidade; ela é uma personagem completa, com ambições e uma força de vontade inabalável​.

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Foto: Divulgação Universal Pictures

Essa transformação é ainda mais enfatizada pelo fato de que, no filme dentro do filme, Maxine é dirigida por uma mulher. A diretora, interpretada por Elizabeth Debicki, oferece conselhos valiosos que deixam a atriz Maxine longe do papel de objeto de desejo e a colocam como uma atriz respeitada. Sob a orientação de sua nova diretora, Maxine encontra um novo foco em sua carreira, transformando-se em uma atriz de destaque no cinema de terror de Hollywood.

“MaXXXine” encerra a trilogia de maneira exemplar. Cada filme da série “X” mostrou uma evolução clara em termos de narrativa, profundidade dos personagens e qualidade de produção. A saga de Maxine é contada de forma gradual e crescente, culminando em um clímax satisfatório e bem executado. “MaXXXine” não apenas amarra as pontas soltas dos episódios anteriores, mas também eleva a franquia a um novo patamar, confirmando a missão de Ti West em criar um horror que é ao mesmo tempo nostálgico e inovador ​.

Além disso, o filme apresenta uma crítica sutil, mas poderosa, à indústria cinematográfica e ao tratamento das mulheres nela. Ao colocar Maxine no centro de sua própria história, e ao mostrar sua transformação de um símbolo sexual para uma atriz respeitada, “MaXXXine” oferece uma narrativa empoderadora. Essa mudança não é apenas sobre a personagem em si, mas também sobre como as mulheres são percebidas e tratadas na indústria do entretenimento​.

“MaXXXine” é, sem dúvida, um filme que fecha a trilogia de forma emblemática. A evolução da qualidade ao longo dos três filmes é evidente, com cada entrada superando a anterior. A combinação de uma protagonista forte, referências inteligentes aos clássicos do terror, e uma atmosfera oitentista autêntica, faz deste filme uma conclusão perfeita para a saga de Maxine Minx.


MaxXxine está em cartaz nos cinemas brasileiros

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