Luke Cage Noir

luke cage

À prova de balas nos anos 30


Antes de tudo, vou começar tirando o elefante da sala: não sou um grande conhecedor da história individual de Luke Cage e pronto. Só encontrei o personagens em suas aparições como par romântico de Jessica Jones (como aconteceu na série da Netflix) e suas participações como herói de aluguel, mas a proximidade do lançamento de mais uma parceria entre o canal de streaming e a Marvel fez com que eu corresse atrás do prejuízo. A série Noir não é a melhor opção para entender as origens do personagem, mas ainda funciona como um ótimo e violento conto do herói.

Isso acontece porque o próprio selo Noir funciona como uma edição especial que coloca esse personagens mais adultos em cenários cinematográficos, boates secretas e becos escuros. Ao mesmo, isso também abre espaço para os roteiristas terem liberdade para brincar com Luke Cage, adicionando vários vilões importantes, criando uma trama intricada e até incluindo uma reviravolta que mexe com as reais origens do herói em uma história completamente fechada.

A dupla de roteiristas Mike Benson e Adam Glass sabem usar tudo isso para prender a atenção do espectador. Apesar de alguns buracos e momentos mais arrastados, o vai e vem temporal mantém o mistério vivo e encontra uma conclusão coerente e, de certo ponto de vista, surpreendente. Me incomodo um pouquinho com a utilização do mito da esperança nas últimas páginas, mas isso não chega a estragar nada justamente por ser um clichê bem típico dos super heróis.

luke cage

Por outro lado, a arte de Shawn Martinbrough (desconhecido por mim até o momento) é impecável. A ambientação coloca os leitores dentro da década de 30, os planos são trabalhados para localizar tudo de forma adequada e os próprios personagens encontram o equilíbrio entre o realismo da época e o surrealismo que uma HQ não pode deixar de ter. Para completar, as cores de Nick Filardi saltam aos olhos e ainda colaboram com aquele jogo de luz e sombra que já é clássico dos longas noir.

O resultado é uma HQ original, ágil intensa e divertida, que deve, acima de tudo, saciar a vontade de que gosta de versões violentas dos seus heróis favoritos. Considerado que foi visto no trailer, a série de Luke Cage na Netflix deve ser uma oportunidade melhor de conhecer as origens do personagem, entretanto essa versão noir de pouco mais de 100 páginas também pode ser lida sem nenhum peso na consciência.

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