Linha de Tensão: Tudo o que você precisa saber sobre a série espanhola documental da Netflix
Linha de Tensão, ou La Línea, no espanhol, é uma série espanhola em formato documental que mostra a porta de entrada das drogas na Europa, através de uma pequena cidade na Espanha, com taxas de desemprego altíssimas e violência galopante.
Produções documentais estão se tornando cada vez mais populares na Netflix e chamando a atenção do público pelo rico detalhamento de situações reais que acabam se transformando em material audiovisual de primeira qualidade.
Na série espanhola Linha de Tensão, embarcamos até a cidade espanhola de La Linea de la Concepción, bem no meio do Estreito de Gibraltar, para mergulhar em uma realidade que pouca gente conhece e como o local é badalado pela noite, mas não pelos motivos mais ortodoxos do planeta.

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Mas qual a história da série espanhola documental Linha de Tensão?
A sinopse oficial de Linha de Tensão na Netflix, afirma que a série espanhola é um documentário que conta a história de La Linea, uma cidade bem ao sul da Espanha, situada entre Marrocos e Gibraltar, e, por sua localização geográfica, acaba se tornando o cruzamento perfeito de drogas, cigarros contrabandeados e tráfico de imigrantes vindos de diferentes lugares do planeta.
O espanhol Pepe Mora dirige a série de uma forma muito impactante e insere testemunhas de acontecimentos pesados na região. Linha de Tensão é um retrato visceral dos protagonistas que atuam do outro lado da lei.
A série espanhola documental é baseada em 81 entrevistas e mais de 336 horas de gravação, onde a equipe da produção passou por lugares tensos e difíceis de se conseguir captar imagens, devido ao alto perigo que estavam correndo.
Em entrevista ao portal Nacioflix, a produtora Atar Agreements em parceria com a Mediaset, responsáveis pela série espanhola Linha de Tensão, afirmaram que “junto com vários outros operadores de câmera, enfrentamos situações muito complexas para mostrar a real situação no Campo de Gibraltar, através de nossas lentes. Acompanhando os agentes, bem como fomos a diferentes locais do Marrocos onde as drogas acabam saindo para entrar na Europa”.
La Línea colhe frutos indesejados dessa movimentação
De acordo com um relatório do The Independent, a taxa de desemprego entre os jovens chega a 80% na região. No ano de 2018, 20 supostos traficantes de drogas e vários de seus capangas, invadiram um hospital local para retirar um traficante ferido e sob custódia. Poucos dias depois, o juiz que investigava a agressão foi cercado e intimidado por um grupo de 40 bandidos, alguns dos quais teriam participado da invasão ao hospital.
Segundo Francisco Mena, chefe de uma coligação de várias forças antidrogas em La Línea, falou ao The Independent que a cidade “é a porta de entrada da maior quantidade de drogas ilícitas de toda a União Europeia”.
Em Linha de Tensão percebemos que em La Línea, o membro mais simples de uma gangue, um vigia que fica de olho na chegada da polícia, acaba ganhado cerca de U$1.200 por um único dia de trabalho, enquanto os que ganham mais, como motoristas de lancha, por exemplo, ganham até U$71.000 por uma única viagem feita nos mares espanhóis.
Mena, no entanto, acredita que não perdeu totalmente a esperança de que a cidade pode mudar para melhor por meio de programas de educação social e da criação de oportunidades de trabalho legais, capazes de tirar essa ideia tentadora de dinheiro fácil, porém ilegal, da cabeça dos jovens da região. Segundo ele, é difícil combater pela quantidade de dinheiro envolvida, mas bater na questão da falta de perspectiva futura dói mais na consciência do que no bolso de fato.

Linha de Tensão encontrou dificuldades com os moradores locais
Depois que a plataforma de streaming anunciou a produção na cidade, os moradores de La Línea se indignaram com o retrato que fizeram da cidade e iniciaram uma coleta de assinaturas na plataforma Change.org para barrar a estreia da série espanhola no catálogo da Netflix.
A petição é enfática e diz: “Solicitamos a retirada desse conteúdo, pois não reflete a realidade desta cidade, mas apenas mostra o que convém quando se tem uma câmera na mão e tornar a cidade do narcotráfico, da libertinagem e do banditismo, quando não é nada disso, deixando nula a possibilidade de qualquer tipo de turismo e que a economia cresça com essa publicidade malvada e gratuita”.
A adesão foi feita por cerca de mil pessoas mas nenhuma movimentação nesse sentido foi tomada por parte da empresa.
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