Eu Nunca… une a comédia ao drama e já chega a Netflix entrando para o TOP 10 da plataforma
Depois de passar por um evento traumático e perder o movimento das pernas durante um curto período, Devi (Maitreyi Ramakrishnan) tenta se desvencilhar dessa imagem e decide ir em busca da sua popularidade e da atenção do crush. Ao longo da história, acompanhamos as consequências das escolhas de Devi, que em muitos momentos fazem uma ponte entre a graça e a vergonha alheia.
A série conta com o ex-tenista John McEnroe numa narrativa onisciente, que apesar de não ter nenhuma ligação direta com a personagem, faz alusão a forte conexão que Devi tinha com o falecido pai Mohan (Sendhil Ramamurthy), já que ele era um grande fã do atleta. A ideia funciona bem num primeiro momento, mas logo se torna descartável pela previsibilidade e falta de timing nas piadas, algo que se evidencia ainda mais quando Andy Samberg (o eterno Jake Peralta de Brooklyn Nine-Nine) narra um dos episódios.
Os personagens secundários por outro lado, contam com camadas bem desenvolvidas, levantando questões importantes para suas histórias e para a série num contexto geral. Ben Gross (Jaren Lewison) é um bom exemplo. O garoto inicialmente introduzido como rival de Devi, se mostra vulnerável e solitário ao longo da trama, ganhando até um episódio próprio. Aos poucos vamos criando empatia por ele, que também tem um carisma peculiar.
Outro ponto alto de ‘Eu Nunca…’, é a forma como aborda a relação conflituosa que Devi tem com a cultura indiana, sempre sendo imposta pela sua mãe, Dr. Nalini (Poorna Jagannathan), que se mostra conservadora perante os costumes dos EUA, país onde a filha nasceu.
“Por que acho tão constrangedor ser indiano?….. Não quero mais ser um indiano inseguro que odeia as suas tradições”
É uma frase que ela ouve de Harish durante o Ganesha Puja, que de certo modo abala sua insegurança, mascarada pela arrogância de uma típica adolescente.
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Baseada na juventude de Mindy Kalling, que por sua vez também atua na criação e produção executiva da série, ‘Eu Nunca…’ cativa pela riqueza da história, que foi bem desenvolvida em seus 10 episódios com duração de em média 20 minutos cada.
É importante ressaltar a diversidade do elenco e dos assuntos da trama, que trazem questões importantes como a descoberta da orientação sexual e a inclusão, todos tratados com naturalidade e sutileza. Até as partes mais dramáticas são desenvolvidas com suavidade, o que ajuda a manter o ritmo da produção, além das inúmeras referências a cultura pop e da trilha sonora show!
Poupe suas lágrimas para o último episódio e fica aqui o aviso: depois de ‘Eu Nunca…’, a sensação de ouvir “Beautiful Day” do U2 não será mais a mesma.
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