De Tirar o Fôlego junta Alessia Zecchini e Stephen Keenan em uma paixão compartilhada por um dos esportes mais perigosos do mundo. Conheça o documentário.
[Nota do editor: O leitor Carlos Diezel entrou em contato com nossa redação e esclareceu alguns pontos que estavam incorretos sobre o Blue Hole. A informação foi corrigida.]
O mergulho livre é perigoso. Até por isso os locais de mergulho mais famosos do mundo são considerados mais mortais do que o Monte Everest. O esporte que vemos em De Tirar o Fôlego se parece muito com o mergulho autônomo, mas sem o tanque de mergulho que permite que os mergulhadores respirem debaixo d’água. Em vez disso, os atletas passam por um rigoroso treinamento para aprender a segurar a respiração por longos períodos de tempo.
Sem o devido cuidado, isso pode resultar em lesões graves, incluindo “sufocamento pulmonar”, quando os pulmões sofrem uma rápida mudança de pressão que pode causar ruptura ou colapso. Não é preciso dizer que treinar para ser o melhor do mundo nesse esporte requer força física, determinação mental e uma confiança inabalável tanto nas pessoas ao seu redor quanto na própria água.
É isso que De Tirar o Fôlego vai contar. Veja mais detalhes abaixo.
Qual a história do documentário De Tirar o Fôlego na Netflix?
O documentário De Tirar o Fôlego, da cineasta Laura McGann – uma colaboração entre A24, Motive Films, Ventureland e RAW estreia agora na Netflix conta a história de dois mergulhadores livres e sua jornada destinada a se cruzar: uma campeã tentando quebrar recordes mundiais e um mergulhador de segurança que a ajuda a treinar pessoas. O filme também oferece ao público uma visão impressionante do mundo do mergulho livre, com cenas estendidas filmadas abaixo da superfície que são de tirar o fôlego e, ao mesmo tempo, belamente serenas.
“Havia algo quase sobrenatural nisso, quase espiritual”, disse McGann à Netflix. “Eu podia sentir que havia uma união entre essas pessoas, que elas estavam tão relaxadas e destinadas a estar lá. Foi realmente suave – mas também poderoso e difícil de acreditar.”
O filme começa com uma espetacular cena de um mergulhador descendo nas profundezas, fazendo seu caminho metodicamente através da água. Mas então, a luz diminui e quem está assistindo percebe quanto tempo exatamente esse mergulhador está debaixo d’água. Na escuridão do oceano, tudo o que se pode ver é o mergulhador – e tudo o que se pode ouvir é o som de um batimento cardíaco cada vez mais lento.
“Isso é o que eles ouvem”, disse McGann sobre a experiência dos mergulhadores. “Eles ouvem seu próprio batimento cardíaco. Tudo desacelera enquanto eles conservam o oxigênio em seus corpos. Queríamos representar isso.”
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Quem é Alessia Zecchini?
De Tirar o Fôlego conta a história de Zecchini, uma campeã italiana de mergulho livre com inúmeros prêmios e recordes no esporte. De fato, ela é tão dominante que muitas vezes compete contra si mesma, quebrando seus próprios recordes a cada mergulho bem-sucedido. Em março de 2023, ela estabeleceu um novo recorde mundial de mergulho livre com duas nadadeiras em flutuabilidade constante, descendo a uma profundidade de 109 metros nas águas de Moalboal, Filipinas.
Quanto tempo Alessia Zecchini consegue segurar a respiração?
Cada mergulho varia, e para todos os competidores no esporte, alguns mergulhos são mais bem-sucedidos do que outros. De Tirar o Fôlego aborda as técnicas que os mergulhadores livres usam para treinar e mergulhar, incluindo a respiração segmentada (um processo de treinamento que envolve quebrar as inspirações e expirações em seções suspendendo a respiração) e “compressão pulmonar”, durante a qual os mergulhadores forçam ar nos pulmões através de contrações musculares que imitam a deglutição.
Ao estabelecer seu último recorde mundial em Moalboal, Zecchini conseguiu segurar a respiração por incríveis três minutos e 38 segundos.
Apesar dos exercícios intensos de respiração, McGann disse que o esporte também exige um nível de calma e foco que a maioria não associa a um esporte extremo.
“Você precisa estar em um estado meditativo”, disse McGann.
“Você não pode estar cheio de adrenalina. Você precisa acalmar seu batimento cardíaco, depois acalmar sua mente completamente para que você não tenha nenhum pensamento. É como uma meditação profunda.”
O que acontece com Alessia Zecchini em De Tirar o Fôlego?
O filme narra a ascensão de Zecchini no mundo do mergulho livre, um sonho que ela carrega desde a infância. Depois de viajar para Dahab, Egito, para tentar um dos mergulhos mais perigosos do mundo, ela conhece o aventureiro e mergulhador livre irlandês Stephen Keenan, um dos principais especialistas em segurança no campo e proprietário e fundador de uma escola de mergulho em Dahab. Faíscas começam a surgir e Zecchini acaba ficando em Dahab com Keenan. O casal trabalha para o objetivo de Zecchini quebrar um recorde mundial particularmente perigoso.
Quem é Stephen Keenan?
Nascido e criado em Glasnevin, na Irlanda, Keenan viveu uma vida de viagens e aventuras antes de se estabelecer em Dahab e abrir uma escola de mergulho livre. Amado por seus colegas e respeitado no esporte, Keenan atuou como mergulhador de segurança em inúmeros mergulhos. De Tirar o Fôlego relembra o afeto de Keenan por Zecchini quando ela chegou em Dahab e como ele a ajudou a treinar para o mergulho em Blue Hole.
O que é o Blue Hole?
Localizado na costa de Dahab, o Blue Hole é um túnel que possui 93 metros de profundidade abaixo do Mar Vermelho. O Arco (a caverna que conecta a parte interna do Blue Hole com o mar aberto), tem 30m de comprimento e começa a 55m de profundidade. O local é conhecido por ter o maior número de fatalidades de mergulhadores no mundo, frequentemente atribuídas à sua estrutura geológica única.
Mais detalhes sobre o local, podemos ver no documentário da Netflix.
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