The Spetacular Now

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Não sou uma pessoa que gosta de comédias românticas, principalmente por serem extremamente clichês. Acabei assistindo esse The Spetacular Now, que acredito não ter saído nos cinemas brasileiros, por que ele foi premiado em alguns festivais e, por isso, entraria em uma possível lista de indicados ao Oscar. Acredito que não tenha grandes chances, mas, ainda assim, o mesmo merece ser assistido.

A história segue Sutter, um garoto alcoólatra que acredita que a melhor coisa é viver o momento. Essa filosofia meio carpe diem faz com que ele não planeje seu futuro, não pense em fazer uma faculdade ou em sequer sair do ensino médio. Depois de terminar com sua namorada, Sutter acaba conhecendo Aimee, que é basicamente o contrário dele. Ela tem sua vida toda planejada, quer fazer faculdade e praticamente não sai de casa. Aí entra em cena o famoso clichê do casal improvável.

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O roteiro é muito simples, tem diálogos interessantes e foge um pouco de alguns clichês (talvez por ter como base, um livro). Enquanto assistia o filme percebi que o roteiro tem muita semelhança com 500 Dias com Ela, que talvez seja a comédia romântica mais amada dos últimos tempos. Essas semelhanças fazem sentido, visto que os roteiristas são os mesmos deste filme.

As características dos personagens são revelados e desenvolvidas aos poucos em diálogos e cenas simples. Percebemos a falta que Sutter sente de seu pai, que Aimee não se acha bonita, que ambos tem problemas com as mães, o alcoolismo de Sutter (em um diálogo sensacional com Bob Odenkirk) e a necessidade de planejamento de Aimee. Inclusive, a primeira noite dos dois é completamente planejada por ela, não acontecendo por conta de bebidas ou calor do momento, como é normalmente mostrado nos filmes.

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O ultimo ato do filme fica ainda mais interessante, graças aos contornos dramáticos que a história ganha como encontro de Sutter e seu pai e várias consequências nascidas disso. A emoção e as lições de vida acabam tomando o lugar do romance e do clichê de “reconquistar a garota dos seus sonhos depois de largá-la por uma estupidez”.

A direção de James Ponsoldt também é simples, assim como todo o filme. Podemos dizer que, se ele acerta em criar toda uma aura de sensibilidade para as cenas do casal (como o primeiro beijo, a transa, etc…), ele também erra em usar movimentos e ângulos totalmente previsíveis.

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A fotografia é boa, realçando bem as cores quentes e usando muito uma espécie de contra-luz. A trilha sonora também é interessante e encaixa bem com a simplicidade e sensibilidade da história.

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As atuações acabam surpreendendo. Miles Teller, conhecido por filmes de bebedeira como Projeto X e Finalmente 18, vai bem, incorporando várias facetas de Sutter em pouco tempo, sendo ora um bêbado, ora um apaixonado e até um pouco carente e emotivo. Inclusive eu já havia dito anteriormente que ele era o único ator de Finalmente 18 que poderia ter algum futuro. Aqui ele comprova essa teoria, tendo vários filmes de calibre para serem lançados.

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Shailene Woodley surgiu para o cinema em Os Descendentes, chegando a ser indicada ao Globo de Ouro pelo mesmo. Aqui ela faz um ótimo trabalho (inclusive venceu alguns prêmios pequenos por sua atuação) como a garota simples e ingênua. Sua evolução no filme é bem interessante e bem trabalhada. Assim como Teller, ela tem um futuro promissor pela frente com a trilogia Divergente e a adaptação do famoso livro “A Culpa é das Estrelas”.

O elenco coadjuvante tem grandes nomes em trabalhos simples e fáceis. Kyle Chandler (Super 8) faz o pai de Sutter, Jennifer Jason Leigh (Estrada para a Perdição) faz a mãe dele e Mary Elizabeth Winstead (Scott Pilgrim contra o Mundo) a irmã do mesmo. Bob Odenkirk, comediante, roteirista e interprete de Saul Goodman em Breaking Bad, faz o chefe de Sutter em uma loja de terno.

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Um filme cujo o grande ponto positivo é a simplicidade, mas acaba funcionando mais que o esperado. Infelizmente já lançou nos EUA há um bom tempo e nem tem previsão de chegar aos cinemas brasileiros. Não é melhor do que o queridinho 500 dias com ela, mas merece ser assistido e apreciado.

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