Suk Suk: Amor em Segredo – Crítica | Intimidade negada

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“Suk Suk” mostra que não há idade para amar, e fazer aquilo que sempre quis


Inicialmente, é difícil entender qual é a do protagonista de “Suk Suk”. Ele busca a neta na escola, e logo depois o vemos com sua família, aparentemente feliz. Logo em seguida, ele sai em busca de um homem para satisfazer seus desejos. Tudo de forma rápida, direta e sem rodeios, como um verdadeiro stalker.

Pak (Tai-Bo) é um motorista de táxi de 70 anos de idade que vive com sua esposa Ching (Au Ga Man Patra); seu filho está feliz com o casamento e a paternidade, e sua filha está grávida e prestes a se casar. Hoi (Ben Yuen), desde seu divórcio, vive com seu filho, um cristão devoto, e a família dele. Os dois homens, que passaram a vida toda sem jamais revelar suas identidades sexuais, encontram-se por acaso nas ruas de Hong Kong. Quando Pak e Hoi se apaixonam, eles contemplam um possível futuro juntos.

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Foto: Divulgação

Inspirado no livro documental de 2014, “Oral History of Older Gay Men in Hong Kong”, o filme de Ray Yeung fala de vidas ocultas, que cansaram de seguir as regras impostas pelo conservadorismo. No trabalho, Pak se recusa a aposentar-se, já que isso seria o fim de sua vida dupla, e Hoi além de cuidar de si, também dedica sua vida a cuidar de pessoas tão ou mais velhas que ele, que vivem isoladas por justamente, abandonar a ideia de que apenas a família tradicional é o caminho.

Yeung filma de forma tranquila e comovente, auxiliado pela trilha de Veronica Lee, recheada de um piano suave e presente, que dá ares de melancolia a “Suk Suk”. De forma observadora, o filme é um antro de histórias, mostrando que é possível se relacionar e amar alguém, mesmo depois de muito tempo.

“Suk Suk” não está interessado em dramalhões e grandes conflitos. Apenas acompanha dois homens que não rejeitam suas famílias, pelo contrário, tem orgulho delas. Mas que acabam sentindo amor, cumplicidade e principalmente companheirismo um pelo outro. Delicado, o filme ainda discute um embate entre a fé e razão, sem tomar lados, apenas enriquecendo ainda mais os personagens.

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Foto: Divulgação

“Suk Suk” é um romance gay maduro, silencioso e discreto, assim como Pak e Hoi. É um retrato perspicaz da homossexualidade, tratado com respeito e beleza genuínas.


Filme visto no 28ª festival mix brasil. Saiba mais sobre o evento AQUI.

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