Pixels

Quando a nostalgia não é o bastante…

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A ideia por trás desse filme é bem legal, mas o resultado só comprova que boas lembranças não são o suficiente para sustentar um filme. Principalmente se este estiver nas mãos de Adam Sandler.

Adaptação de um ótimo curta-metragem lançado em 2010, o filme segue uma invasão alienígena que tem como base os jogos clássicos dos anos 80. Logo, a única esperança do planeta Terra passa a ser um grupo de nerds que já tinham se encontrado no Campeonato Mundial de Jogos de Fliperama.

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O roteiro, escrito por Tim Herlihy e Timothy Dowling, muda muita coisa do material original, mas chega bem perto de manter o principal aspecto do curta: a nostalgia. A ideia de ver todos aqueles personagens e seus respectivos universos ganharem vida é realmente divertida e consegue prender a atenção dos espectadores mais velhos até o momento em que todos se dão conta que esse é um filme do Adam Sandler.

O texto é pobre, faz uma representação totalmente estereotipada dos nerds, desenvolve todas as relações de forma nada fluída, aposta em milhares de coincidências para fazer a trama andar e ainda se apoia em situações que não fazem sentido nenhum e testam a inteligência do público a cada instante. Alguém realmente consegue me explicar porque uma raça alienígena maligna decide dar outra chance para os humanos depois de já ter vencido? Ou pior, porque diabos um homem que instala eletrodomésticos entra dentro do closet de uma mulher que ele só viu uma vez na vida para consola-la?

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E se é que tinha como piorar, o roteiro não acerta em quase nada quando se fala de comédia. Ao contrário de The Ridiculous Six (que tem algumas sacadas inteligentes), Pixels ataca seu próprio público em piadas pejorativas sobre os nerds, erra nas piadas sobre costumes britânicos, irrita com a repetição de tiradas idiotas e, no fim das contas, só acerta umas três piadas em quase duas horas de filme.

Isso faz com que todo o elenco seja muito mal aproveitado. Por incrível que pareça, Adam Sandler consegue se superar na cara de cansado e carrega Kevin James, Peter Dinklage, Josh Gad, Michelle Monaghan e Brian Cox junto com ele por caminhos recheados de reviravoltas ruins e situações constrangedoras. Nem a química entre Sandler e James consegue salvar uma parte do filme como já fizeram outras vezes.

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A única coisa que pode ser parcial mente salva é a direção do bom Chris Columbus, que faz o mínimo quando acerta a mão nas boas cenas de ação. Ele sabe como usar o espaço, as características dos jogos e os efeitos especiais (com exceção do jovem Peter Dinklage) para criar bons momentos que trazem um pouco da nostalgia de volta. Não passam nem perto de serem momentos emocionantes, mas também não são cenas completamente desperdiçadas por um texto ruim.

Como eu já disse lá em cima, o resultado é um filme que nem a nostalgia pode salvar de ser um desastre. Chris Columbus é o único que tenta, mas ele não tem uma arma de luz que consegue acabar com os poderes de um roteiro ruim e mal escrito. Aos 45 minutos do segundo, posso afirmar com total clareza que Pixels é um dos piores filmes do ano.

OBS 1: Será que, assim como o Pac-Man, esse filme é destruído depois que batermos nele três vezes.

OBS 2: O único personagem divertido é o fofo do Q Bert, mas o roteiro também consegue estragar ele no final.

OBS 3: Mais um vez os créditos finais são uma das melhores coisas do filme. Será que ele seria melhor, se fosse todo pixelado?

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