HANNA | 2ª temporada se desprende de sua origem e volta melhor

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Divulgação: Amazon Prime Video

Série da Amazon Prime Video, “Hanna” expande seu universo, e pode virar uma espécie de franquia Jason Bourne da TV


Séries como “Bates Motel” e “Fargo” tiveram a difícil missão de manter, ou pelo menos chegar perto, da qualidade dos clássicos em que foram baseados. É claro que a comparação com a obra original vai sempre existir, mas ambas conseguiram superar a pressão e entregar tramas incríveis, muito porque se desprenderam totalmente e não se preocuparam em manter a fidelidade, apesar de homenagens pontuais.

Baseada no filme homônimo de 2011, “Hanna” parece seguir o mesmo caminho ao expandir sua história, trazendo novos conceitos e jornadas, que tornam a 2ª temporada da série muito mais interessante. Essa jornada começa algum tempo depois da morte de Erik Heller, pai de Hanna, e da fuga da protagonista e da nova amiga Clara (Yasmin Monet Prince) do complexo da ULTRAX.

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Divulgação: Amazon Prime Video

Altruísmo

Hanna descobre que existem outras meninas iguais a ela sendo treinadas como super-soldados, e neste segundo ano acompanhamos mais de perto suas vidas, anseios e sonhos, além da mentira a qual são constantemente apresentadas. Comandando tudo isso está a nova figura vilanesca da série, John Carmichael (Dermot Mulroney), e uma série de novos personagens neste novo complexo.

As meninas agora não são apenas treinadas para serem máquinas de matar, mas tocam piano, socializam, vestem roupas “normais”, enfim. O intuito é infiltra-las na sociedade, fazendo com que se tornam assassinas imperceptíveis. Sendo assim, socializá-las e civilizá-las acaba sendo algo muito mais perigoso.

Cabe a Hanna, com seu latente senso de justiça, impedir isto. Ao seu lado está a outrora vilã Marissa Wigler (Mireille Enos), que acaba melhor desenvolvida neste segundo ano. Sua dualidade e capacidade de transitar entre os dois lados, a tornam uma personagem rica, ao mesmo tempo em que gera desconfiança.

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Divulgação: Amazon Prime Video

Experiência

Esmé Creed-Miles permanece excelente como Hanna, agora muito mais madura e contendo lapsos da personalidade de seu pai (com a voz de Joel Kinnaman figurativamente em sua cabeça). A relação com Marissa é um morde e assopra constante, com a menina seguindo os conselhos do falecido pai sobre não confiar em ninguém e a antiga rival (agora aliada), tentando ganhar espaço em sua decisões e na visão do espectador.

A ação prioriza a história nesta 2ª temporada, mas as poucas cenas de luta são consistentes e permanecem violentas. É empolgante ver ambas as mulheres: Hanna com seus golpes fatais e Marissa com sua inteligência (ou vice-versa), derrubando homens que possuem o dobro do seu tamanho, seja em cargos burocráticos ou força bruta.

A segunda temporada vale a pena?

Frenético, o segundo ano de Hanna é abrilhantado pelo maravilhosa trilha sonora, como na forte “Anti-Lullaby” de Karen O. Nela, ela pede que nós não durmamos, e a música se alinha com a temporada e a busca de Hanna e das meninas pelo própria identidade, desprezando o passado que lhes foi dado. Além disso, conversa perfeitamente com o tempo atual e o poder de decisão feminino, onde aquilo que a mulher come, faz, ou a forma como age, é sempre julgada pela sociedade.

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Divulgação: Amazon Prime Video

Ganhando contornos de thriller de espionagem, a segunda temporada da série acaba com um ar de franquia Jason Bourne, e pode-se esperar mais temporadas a caminho, caso a produção permaneça com seu ritmo intenso, sem perder o cuidado, importância e a emoção de seus personagens.


Ps: A mudança na direção, que alterna entre a francesa Eva Husson e o islandês Ugla Hauksdóttir, talvez tenha dado um novo gás a série.


‘Hanna’ está disponível na Amazon Prime Video!

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